Diplomata dos EUA inicia diálogo e agenda reuniões com líderes brasileiros

O encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, buscou uma aproximação com legisladores nacionais para reduzir tensões provocadas pelas ameaças de aumento de tarifas feitas pelo presidente americano Donald Trump.

Conforme o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), o representante dos EUA sinalizou abertura para o diálogo e marcou uma audiência com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Durante a conversa, Randolfe manifestou preocupação ao saber que um deputado brasileiro estava em contato direto com a Casa Branca, embora o nome de Eduardo Bolsonaro não tenha sido mencionado.

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, residente nos Estados Unidos, tem se comunicado com aliados do presidente Trump sobre possíveis retaliações ao Brasil e ao Poder Judiciário.

“O embaixador me informou que um deputado estava atuando nos EUA, por isso ele buscava contato com o Parlamento brasileiro. Ele solicitou encontros com Motta e Alcolumbre. Eu deixei claro que a posição desse deputado nos EUA não representa o Congresso brasileiro, e que os presidentes das Casas poderiam esclarecer isso. Ressaltei que o Brasil é uma democracia e que nosso governo foi alvo de uma tentativa de golpe”, declarou Randolfe Rodrigues.

Além disso, Gabriel Escobar encontrou-se com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), na última segunda-feira. O senador frisou os impactos negativos que os produtores brasileiros já enfrentam diante da ameaça de aumento tarifário.

Escobar convidou Trad para organizar uma missão oficial de senadores brasileiros aos Estados Unidos, prevista para o final de julho.

“Faremos uma viagem na última semana de julho para diminuir a tensão, a convite da embaixada. Há interesse em encontrar soluções para essa situação. Os Estados Unidos também têm perdas. É notável a união entre diversas forças políticas no Brasil pelo bem do país”, afirmou ao jornal O Globo.