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Diplomatas dos EUA supervisionam cessar-fogo em Israel e Gaza

Os enviados americanas Steve Witkoff e Jared Kushner chegaram a Israel nesta segunda-feira (20) para monitorar a implementação do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, após ataques que resultaram em mortes no território palestino, aumentando o risco de colapso da trégua.
No domingo, Israel realizou uma série de bombardeios em Gaza em resposta, segundo as Forças Armadas, a ataques do Hamas, que o grupo islamita palestino negou ter cometido.
Apesar das tensões, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o cessar-fogo continua válido.
Witkoff e Kushner, genro e enviado de Trump, estão previstos para discutir a situação com autoridades israelenses, conforme informou a embaixada americana.
Paralelamente, uma delegação do Hamas, liderada por Khalil Al Hayya, está em negociações com representantes do Egito e do Catar no Cairo para tratar do cessar-fogo instável e da reconstrução pós-conflito em Gaza, segundo fonte envolvida nos diálogos.
Em outra medida, uma autoridade de segurança israelense declarou a reabertura da passagem de Kerem Shalom, ponto crucial para o envio de ajuda humanitária à Gaza, que havia sido fechada no domingo.
O incidente de violência do domingo foi o primeiro grande desde que o cessar-fogo entrou em vigor no dia 10 de outubro, conforme acordo entre Hamas e Israel baseado no plano proposto por Trump para pôr fim à guerra em Gaza.
A Defesa Civil de Gaza, ligada ao Hamas, relatou a morte de pelo menos 45 palestinos no domingo, incluindo civis e um jornalista, em decorrência dos bombardeios israelenses.
Durante a noite, o Exército de Israel anunciou o término dos ataques e o retorno ao cessar-fogo, após os bombardeios e a acusação de que o Hamas teria violado o acordo. Também confirmou a morte de dois soldados em Rafah, no sul da região.
Segundo fonte governamental israelense, o Hamas teria disparado contra soldados em Rafah e combatentes palestinos próximos a áreas sob controle israelense em Beit Lahia foram eliminados em ataques aéreos.
O Hamas afirmou não ter conhecimento de incidentes em Rafah e reiterou seu compromisso com o cumprimento integral do cessar-fogo.
Trump sugeriu que as supostas violações do cessar-fogo não foram realizadas pelos líderes do Hamas, mas por rebeldes entre seus membros.
Devido às restrições à imprensa e ao difícil acesso à região, a agência AFP não pôde confirmar de forma independente as informações divulgadas por ambas as partes.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, minimizou a situação, afirmando que o cessar-fogo representa a melhor chance para alcançar uma paz duradoura, apesar dos altos e baixos que possam ocorrer e da necessidade de monitoramento contínuo.
No avanço do acordo, o Hamas devolveu os 20 reféns vivos que mantinha desde o ataque de 7 de outubro de 2023 e entregou 12 dos 28 corpos de reféns falecidos encontrados em Gaza, enquanto Israel libertou cerca de 2.000 prisioneiros palestinos.
No domingo, o Hamas comunicou ter localizado o 13º corpo de refém e se comprometeu a entregá-lo se as condições permitirem, sem anúncio oficial até o momento.
Israel condiciona a reabertura da passagem de Rafah, essencial para entrada de ajuda humanitária, à devolução de todos os corpos de reféns.
O plano de Trump prevê ainda o desarmamento do Hamas, anistia ou exílio de seus integrantes e a continuidade da retirada israelense de Gaza, etapas ainda em negociação.
O ataque de 7 de outubro causou 1.221 mortos entre israelenses, principalmente civis, conforme dados oficiais compilados pela AFP.
A resposta militar israelense provocou mais de 68.100 óbitos em Gaza, majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde local – sob controle do Hamas -, número considerado confiável pela ONU.

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