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Direita ganha maioria no Congresso da Bolívia

Os partidos de direita conquistarão a maioria das cadeiras no próximo Congresso da Bolívia, após a esquerda oficial ter sofrido uma grande derrota nas recentes eleições gerais, conforme dados finais divulgados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (26).
As forças políticas alinhadas ao centro-direitista Rodrigo Paz e ao liberal de direita Jorge Quiroga, que disputarão o segundo turno presidencial em 19 de outubro, estarão no comando tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados.
Na cerimônia de confirmação dos resultados, o TSE divulgou a lista oficial dos legisladores eleitos e formalizou o encerramento do processo eleitoral de 17 de agosto.
Esse pleito marca o fim de duas décadas de domínio no Congresso do Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales e o atual presidente Luis Arce. Agora, quatro partidos de direita detêm 119 dos 130 deputados e todos os 36 senadores.
A maior bancada será a do Partido Democrata Cristão (PDC), cujo candidato à presidência é Rodrigo Paz, com 49 deputados e 16 senadores.
A segunda maior força será a coalizão Livre, liderada por Jorge Quiroga, com 39 assentos na Câmara e 12 no Senado.
Em meio a profundos problemas econômicos, a população boliviana rejeitou a esquerda nas urnas. O governo de Luis Arce quase esgotou suas reservas internacionais para financiar subsídios aos combustíveis.
A Bolívia, com 11,3 milhões de habitantes, enfrenta uma severa escassez de dólares e uma inflação anual que se aproxima de 25%, a mais elevada desde 2008.
A Aliança Popular, composta por aliados do ex-candidato de esquerda Andrónico Rodríguez, conquistou oito deputados, enquanto o MAS oficialista ficou com apenas dois.
Evo Morales, que governou a Bolívia entre 2006 e 2019, foi proibido por uma decisão judicial de disputar um quarto mandato consecutivo.
Seus seguidores, sem contar com um partido para lançar candidatos, não terão representação na Assembleia Legislativa pela primeira vez desde 2002.
Em resposta, o líder cocalero incentivou uma campanha pelo voto nulo, que atingiu um recorde histórico de 19,2% dos votos totais.

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