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direita quer anistia eleitoral para bolsonaro, esquerda apoia soberania

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Em um 7 de Setembro diferente, com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a imposição de tarifas dos Estados Unidos ao Brasil, os grupos de direita e esquerda foram às ruas para defender seus interesses: a anistia eleitoral para Bolsonaro e a proteção da soberania nacional, respectivamente.

Os apoiadores de Bolsonaro se destacaram na mobilização, organizando manifestações em 25 capitais e no Distrito Federal, com grandes concentrações na Avenida Paulista, em São Paulo, e em Copacabana, no Rio de Janeiro. Esses eventos reuniram cerca de 84,9 mil pessoas, conforme dados do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP).

A esquerda concentrou seu maior público na Praça da República, em São Paulo, com aproximadamente 8,8 mil pessoas, segundo a USP, em colaboração com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e a ONG More in Common. Já em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile cívico-militar do Dia da Independência, que contou com cerca de 45 mil pessoas, reforçando a defesa da democracia.

Durante o ato em Copacabana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) solicitou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a aprovação de um projeto para uma anistia ampla e geral. Ele também criticou a proposta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que poderia excluir o ex-presidente do benefício.

Segundo Flávio Bolsonaro, não é possível separar a anistia criminal da anistia eleitoral, e pediu que os líderes do Congresso resistam às pressões do relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, visto como adversário do bolsonarismo.

Essa pauta tem ganhado força, especialmente com o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que pediu anistia para Bolsonaro durante a manifestação na Avenida Paulista, onde também criticou a atuação do STF. Em resposta, o ministro decano da Corte, Gilmar Mendes, ressaltou que o Brasil não suporta mais as tentativas de golpe contra a democracia.

Um dos momentos mais emocionantes foi o discurso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que falou em tom religioso e chorando, relatando as dificuldades enfrentadas pela família e a sensação de perseguição que vivenciam.

Além dela, o pastor Silas Malafaia, organizador do evento na Paulista, criticou a busca por um candidato da direita para a Presidência que não seja Bolsonaro, declarando sentir-se perseguido após uma operação da Polícia Federal.

Entre os presentes no ato estavam ex-ministros, deputados e senadores da oposição, que fizeram críticas ao STF e à condução do julgamento da chamada “trama golpista”. Muitos usaram bonés, camisetas e cartazes contrários a Lula e ao ministro Alexandre de Moraes.

Do lado da esquerda, o presidente Lula participou do tradicional desfile de 7 de Setembro acompanhado da primeira-dama Janja da Silva, ministros e autoridades do governo. A mensagem principal deste ano foi a defesa da soberania nacional, em uma clara oposição à narrativa bolsonarista.

Os prédios dos ministérios foram decorados com frases como “Brasil Soberano” e “Governo do Brasil do lado do povo brasileiro”. O slogan também foi estampado em bonés distribuídos pela Secretaria de Comunicação do governo.

Na Esplanada dos Ministérios, o presidente da Câmara, Hugo Motta, representou o Congresso no desfile, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não participou. Os ministros do STF também optaram por não comparecer, uma decisão vista por aliados do governo como uma forma de evitar especulações sobre conluio entre o Judiciário e o Executivo.

Hugo Motta questionou em vídeo a verdadeira independência do país, afirmando que, em um cenário conflituoso, o ideal é trabalhar para resultados concretos ao invés de se envolver em guerras de narrativas.

Centrais sindicais e lideranças de esquerda organizaram manifestações em 25 capitais e no Distrito Federal para enfatizar a importância da autonomia do Brasil diante das sanções dos EUA.

Um protesto mais discreto foi realizado no centro do Rio de Janeiro, com a participação de deputados federais como Jandira Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT), Pastor Henrique Vieira (PSOL), Reimont (PT) e Chico Alencar (PSOL).

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