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Discurso de Tarcísio na Paulista indica cenário para 2026

Tarcísio de Freitas, único governador a falar durante o ato “Justiça Já” liderado por Jair Bolsonaro (PL) nesta domingo (29/6) na Avenida Paulista, São Paulo, endureceu as críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas poupou os ministros do Supremo Tribunal Federal, principais alvo da manifestação bolsonarista.
Comparado ao discurso feito em abril na mobilização “Anistia Já”, quando a pauta era a anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, Tarcísio adotou um tom muito mais severo contra Lula, gritando “fora PT” e abordando temas nacionais como inflação, aumento de impostos, juros altos e prejuízos das estatais.
Em diferentes momentos, o governador usou expressões como “nós vamos vencer” e “nós vamos dar essa resposta no ano que vem”, evitando destacar uma possível vitória de Bolsonaro, que enfrenta inelegibilidade e pressão para desistir da candidatura presidencial de 2026 para apoiar Tarcísio.
Tarcísio destacou conquistas do governo Bolsonaro como a reestruturação das estatais, o abastecimento de água no Nordeste e a criação do Pix. Criticou fortemente o governo Lula, afirmando que em poucos meses “jogou tudo na lata do lixo”.
“O Brasil não aguenta mais a desfaçatez, o gasto desenfreado. Não suporta mais a política dos campeões nacionais do BNDES, a corrupção, o governo gastador e os juros altos, que impactam diretamente a população”, disse. “Não aguentamos mais aumento de impostos, não aguentamos mais o PT. Por isso queremos ver ‘Fora, PT’. E vamos dar essa resposta no ano que vem”, completou, confirmando que pretende disputar a reeleição.
Na manifestação de abril, o foco do governador foi a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, liberdade e democracia, criticando o governo atual e defendendo o retorno de Bolsonaro. Neste domingo, chamou o ex-presidente de “grande líder”, reforçou que “podem tirar Bolsonaro das urnas, mas jamais do coração de vocês” e disse que a missão do capitão ainda está em andamento e que ele continuará a contribuir. Finalizou com o slogan do PL: “Se está tudo caro, volta Bolsonaro.”
Quanto à adesão às manifestações bolsonaristas, dados do Monitor do Debate Político do Cebrap, da USP, indicam redução significativa do público ao longo do tempo. Neste último ato na Paulista, foram cerca de 12,4 mil pessoas, bem menor que os 185 mil em fevereiro do ano anterior e os 44,9 mil da manifestação em abril de 2023, uma queda de 75%.
Outros protestos de aliados de Bolsonaro também mostraram uma diminuição na participação, com 32,7 mil em Copacabana (abril), 45,4 mil na Paulista (7 de setembro de 2022) e 18,3 mil no Rio de Janeiro (março de 2023).

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