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Discussão entre deputada indígena e parlamentar do MBL durante votação do licenciamento ambiental

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Durante a votação da nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental na Câmara dos Deputados, um conflito marcou a madrugada entre a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) e o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

O projeto foi aprovado por 267 votos a 116, mas o confronto ocorreu por volta das 2h30 quando Célia Xakriabá se posicionou contra comentários feitos por Kataguiri sobre comunidades indígenas.

Na tribuna, Kim Kataguiri se referiu às populações indígenas como “tribos”, mencionando benefícios recebidos por elas da Usina de Belo Monte, e questionou a eficácia do licenciamento ambiental no que tange a impactos nessas comunidades.

Célia Xakriabá respondeu, chamando Kataguiri de “deputado estrangeiro” e criticando sua fala sobre os povos indígenas, afirmando que ele não tinha direito a se pronunciar sobre o tema. Ela pediu respeito e destacou a importância de considerar as questões indígenas seriamente.

Kataguiri replicou, chamando a deputada de “cosplay”, termo usado para descrever quem se fantasia de personagens, intensificando a discussão.

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) acrescentou comentários irônicos, mencionando a necessidade de licenciamento ambiental até para um animal exótico, em um tom que aumentou a tensão.

Célia Xakriabá classificou as provocações referentes ao seu uso do cocar como um ato de racismo explícito e afirmou que tomaria as medidas cabíveis.

Com o ambiente tenso, o microfone da deputada foi desligado, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), continuou a votação, enquanto policiais legislativos intervieram para conter o confronto físico entre os parlamentares.

Em declarações posteriores, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) comentou que Célia Xakriabá vinha sofrendo provocações acerca de seu cocar indígena, enquanto Kataguiri rejeitou as acusações de racismo, destacando sua origem brasileira e descendência japonesa.

O presidente da Câmara lamentou o incidente e disse que irá avaliar qualquer providência sobre as queixas de racismo.

O Ministério do Meio Ambiente demonstrou insatisfação com a aprovação da lei. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou reconhecer diversos problemas no texto aprovado, incluindo o uso de autodeclaração no processo de licenciamento. Por sua vez, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vetar o projeto.

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