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Disputa do bolsonarismo gera impasse no Senado do Distrito Federal
O foco do bolsonarismo nas eleições de 2024 tem provocado uma corrida antecipada dentro do grupo político por vagas ao Senado. Após o cenário complicado em Santa Catarina, impulsionado pela entrada de Carlos Bolsonaro (PL), o Distrito Federal enfrenta uma situação similar, com três nomes da direita buscando o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira à noite, a deputada Bia Kicis (PL-DF) anunciou sua pré-candidatura com o respaldo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é cotada para compor a chapa do PL. Contudo, o governador Ibaneis Rocha (MDB) demonstrou interesse em ocupar uma das vagas em uma possível aliança com a ex-primeira-dama.
A disputa lembra o impasse em Santa Catarina, onde o vereador Carlos Bolsonaro intensificou a concorrência na direita pelas vagas ao Senado, enfrentando a deputada federal Carol de Toni (PL-SC) e o senador Esperidião Amin (PP-SC), que conta com o apoio do governador Jorginho Mello (PL). A parceria com Amin e o PP visa garantir maior tempo de televisão e fortalecer o palanque do governador, mas deixa apenas uma vaga para o PL, gerando tensão entre Carlos Bolsonaro e Carol de Toni.
Ao anunciar sua pré-candidatura, Bia Kicis destacou que o passo foi dado não apenas por solicitação de seus eleitores, mas também por respeito às lideranças do partido, contando ainda com o apoio de Michelle Bolsonaro. Segundo Kicis, trata-se de uma candidatura movida pela coragem dos homens e mulheres que desejam restaurar o equilíbrio constitucional e promover justiça no país.
Michelle Bolsonaro reforçou o apoio mencionando os cem dias de prisão do ex-presidente e sua impossibilidade de se manifestar publicamente, conclamando mulheres e jovens a reagirem e lutarem pela eleição de Bia Kicis ao Senado.
Flávio Bolsonaro também externou seu apoio, incentivando o retorno do ex-presidente, enquanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, classificou o evento de lançamento como uma noite promissora para a direita e um importante avanço rumo à vitória eleitoral. Além disso, participaram do encontro senadores e deputados federais ligados ao partido.
A candidatura de Bia Kicis soma-se a outros nomes da direita que pretendem disputar as duas vagas ao Senado no Distrito Federal. Michelle Bolsonaro reacendeu rumores sobre uma possível candidatura após mudar seu título de eleitor para Brasília, ainda que tenha negado acordos para concorrer em aliança com Ibaneis Rocha. Este, por sua vez, confirmou que as conversas com Michelle seguem adiantadas, mas a ex-primeira-dama qualificou encontros recentes como celebrações e não como reuniões políticas.
No cenário de Santa Catarina, o governador Jorginho Mello permanece discreto sobre o impasse entre Carlos Bolsonaro e Carol de Toni. Pressionado por apoiadores bolsonaristas, ele mantém seu respaldo ao senador Esperidião Amin, deixando uma única vaga para o PL na chapa oficial. Paralelamente, elogiou publicamente a deputada estadual Ana Campagnolo, que critica a candidatura de Carlos Bolsonaro.
Em recentes conflitos, Carlos Bolsonaro chamou Ana Campagnolo de mentirosa, após ela ter informado partidários sobre negociações entre o PL e o PP, que teriam prejudicado a vaga de Carol de Toni. Alguns bolsonaristas acusam o governador de romper acordos prévios, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro declarou que a indicação de Carlos Bolsonaro para o Senado está praticamente decidida, alertando que um recuo poderia enfraquecer a liderança do ex-presidente no partido.
Com a crise se aprofundando, o silêncio de Jorginho Mello tem provocado críticas nas redes sociais, onde apoiadores expressam decepção e exigem explicações sobre o desgaste da imagem de Bolsonaro em função da indefinição.

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