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Dólar atinge maior valor desde junho com tarifa contra Brasil

O real enfrentou forte pressão nesta segunda-feira (28) devido à política tarifária adotada pelos Estados Unidos. O dólar se valorizou globalmente após o acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, além de outras rodadas de negociações, inclusive com a China. O Brasil, entretanto, parece não estar na lista de prioridades do governo Donald Trump, especialmente com a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros que entrará em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto.
Durante a manhã, o dólar à vista oscilou entre R$ 5,5686 e R$ 5,6062, encerrando o dia com alta de 0,50%, valendo R$ 5,5899. Esta foi a cotação mais alta desde 4 de junho de 2025. O índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, subiu mais de 1%, alcançando 98,639 pontos por volta das 17h20.
Rafael Prado, economista da GO Associados, explica que a política tarifária está no centro das atenções globais atualmente. “A percepção de que os EUA estão conseguindo resultados favoráveis nos acordos comerciais fortalece o dólar, enquanto o real sofre bastante. O Brasil está fazendo esforços significativos para negociar com os EUA, mas parece estar sendo deixado de lado pelas autoridades americanas”, comenta.
Uma delegação de senadores brasileiros que está em Washington com o objetivo de abrir um novo canal de negociações recebeu com cautela o anúncio do acordo entre os EUA e a União Europeia, divulgado no domingo, 27. Fontes afirmam que o acordo não favorece o Brasil e pode aumentar o isolamento do país no cenário internacional.
Na última sexta-feira, 25, notícias indicavam que os EUA estavam preparando fundamentos legais para justificar a imposição das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mesmo que economicamente não façam sentido, uma vez que os EUA possuem superávit comercial em relação ao Brasil. Segundo o Inter, “os EUA estão estruturando a base legal para implementar as tarifas contra o Brasil, consolidando o cenário tarifário anunciado no início do mês”.
Diego Costa, responsável pelo câmbio nas regiões Norte e Nordeste da B&T XP, avalia que “essa medida, vista como retaliação política, aumenta a incerteza sobre a taxa de câmbio e as exportações brasileiras”.

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