Dólar cai com otimismo sobre avanços comerciais dos EUA com Brasil e China

O dólar apresenta queda no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 27, refletindo as expectativas positivas em relação às negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump realizado no domingo (26) na Malásia.

A desvalorização do dólar frente a outras moedas emergentes também contribui para o movimento, impulsionada pelo otimismo acerca da reunião entre EUA e China, agendada para quinta-feira (30), além da alta no preço do minério de ferro na bolsa de Dalian.

As revisões para baixo das projeções de inflação no Boletim Focus ajudam a reduzir as taxas de juros, assim como a diminuição nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).

Um dos destaques no mercado cambial é o leilão combinado de swap reverso e venda de dólar à vista, de até US$ 1 bilhão, às 9h30, com a finalidade de aliviar o cupom cambial, em meio à demanda pontual possivelmente vinculada a saídas sazonais de fim de ano. A semana deve ter alguma volatilidade cambial devido à disputa técnica pela taxa Ptax de outubro, prevista para sexta-feira.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou mais cedo que o diálogo entre Lula e Trump foi muito positivo e que terá intensificação nas próximas semanas.

Luiz Inácio Lula da Silva classificou a conversa com o presidente americano como surpreendentemente boa, ressaltando que isso não mudará a relação do Brasil com a China, que é o principal parceiro comercial do país. Segundo Lula, não há condições que limitem o acordo, e que a negociação será feita de forma rápida, mantendo a liberdade de comércio com todas as nações.

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que os EUA concordaram com um cronograma de negociações que terão início imediato e podem ser concluídas nas próximas semanas.

Em sua viagem ao Japão, Donald Trump não descartou a possibilidade de rever as tarifas aplicadas ao Brasil, em resposta ao pedido do presidente brasileiro. Ele destacou que ambos tiveram uma ótima reunião e que vê boas chances de acordo com a China, além de revelar planos para visitar o país no início do próximo ano.

O último Boletim Focus indica queda na projeção do IPCA para os próximos 12 meses, de 4,12% para 4,06%. As previsões para o IPCA de 2025 a 2028 sinalizam desaceleração da inflação, mantendo as expectativas de estabilidade da taxa Selic na próxima semana, embora com possível antecipação no início de cortes a partir de janeiro, caso o IPCA-15 confirme resultados abaixo das estimativas do mercado.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela Fundação Getulio Vargas, subiu 1,0 ponto em outubro em relação a setembro, alcançando 88,5 pontos. Esta foi a segunda alta seguida na série ajustada sazonalmente.