Economia
Dólar cai ligeiramente após decisões do Copom e Fed

O dólar à vista iniciou o dia com uma leve queda de 0,08%, cotado a R$ 5,2967, e acelerou essa tendência após as decisões recentes dos bancos centrais americano e brasileiro. Por volta das 9h40, a moeda americana apresentava uma desvalorização de 0,45%, chegando a R$ 5,2767. No mercado futuro, o dólar também registrava queda de 0,69%, negociado a R$ 5,290.
No âmbito internacional, o dólar se fortalece em relação às principais moedas globais, enquanto apresenta comportamento misto entre as moedas emergentes. Os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias operam em alta.
A declaração do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ressaltou que o Banco Central dos EUA iniciou o ciclo de flexibilização monetária com um corte de 25 pontos-base e indicou que as próximas reduções serão graduais. Os investidores esperam duas novas quedas nas taxas ainda em 2024, o que pode favorecer as economias emergentes.
Recentemente, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou que os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram 33 mil na semana encerrada em 13 de setembro, totalizando 231 mil pedidos, abaixo da previsão de 242 mil consultada pela FactSet, o que contribui para a valorização do dólar no exterior.
Na Europa, o Banco da Inglaterra manteve sua taxa básica em 4%, mesmo diante das pressões inflacionárias e do crescimento econômico contido no Reino Unido. O vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, alertou que o ciclo de cortes iniciado em junho pode continuar, dependendo dos dados econômicos. Ao mesmo tempo, o banco central da Noruega reduziu sua taxa básica em 25 pontos-base, para 4%, enquanto o banco central da África do Sul anuncia hoje sua decisão sobre juros.
No cenário doméstico, o dólar reflete a leitura do comunicado firme do Copom. O Banco Central manteve a Selic em 15% e enfatizou que os juros permanecerão elevados por um período prolongado, descartando cortes a curto prazo. Analistas destacam a preocupação da autoridade monetária com expectativas econômicas desancoradas e um mercado de trabalho aquecido.
Além disso, o panorama interno inclui influências políticas. Na última quarta-feira, a Câmara aprovou a urgência para o projeto que prevê anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro, um dia após a aprovação da PEC da Blindagem. Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na quinta-feira também mostra o presidente Lula liderando em todos os cenários para 2026, superando adversários no segundo turno.
Na agenda do dia, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de evento sobre crédito consignado, destacando a importância da autonomia do BC. Também será divulgada a sondagem industrial da CNI às 10h.
No fechamento de quarta-feira, o dólar à vista teve alta de 0,06%, cotado a R$ 5,3012, interrompendo cinco sessões consecutivas de queda em relação ao real. O dólar futuro para outubro subiu 0,24%, a R$ 5,3265.

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