Economia
Dólar está estável em R$ 5,51 à espera de definição sobre tarifas

O dólar encerrou o dia com uma leve queda em relação ao real, mantendo-se quase estável. A moeda brasileira conseguiu se afastar da valorização global do dólar durante um pregão marcado por alta volatilidade e liquidez reduzida nesta quinta-feira, 24.
Apesar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sinalizado na quarta-feira, 23, que “alguns países” ficariam sem acordo e seriam taxados em 50%, referindo-se ao Brasil, especialistas do mercado financeiro destacam a possibilidade de negociações ainda ocorrerem ou que, no pior cenário, a tarifa seja temporária.
Além disso, há expectativa por um novo alívio na inflação com a divulgação do IPCA-15 na sexta-feira, 25, o que, junto com a alta do petróleo, potenciais estímulos na China e dados de receita federal acima do esperado, contribui para o ambiente do mercado.
Com preço máximo de R$ 5,5391 pela manhã e mínimo de R$ 5,5129 ao final do dia, o dólar à vista caiu 0,06%, fechando em R$ 5,5199.
A sessão começou com a notícia de que Trump mencionou que “alguns países que não estão se dando bem pagarão tarifa de 50%”, aludindo indiretamente ao Brasil, o único país até o momento sujeito a essa alíquota, o que gerou maior cautela na abertura do pregão.
Entretanto, ao longo do dia, o real conseguiu sustentar uma leve valorização frente ao dólar, destacando-se em um dia em que a moeda americana se fortaleceu contra outras moedas fortes, como o DXY, que subiu 0,22% por volta das 17h20.
O chefe do Departamento Econômico da Análise Econômica, André Galhardo, comenta que a estabilidade cambial nesta quinta-feira é positiva, considerando que Trump confirmou que haverá aumento das tarifas, o que representa um desafio.
No entanto, ele acredita que a aplicação das tarifas pode ocorrer gradualmente, diminuindo as restrições e permitindo um retorno à normalidade ao longo do tempo.
Segundo Galhardo, se as tarifas permanecerem por longo período, podem afetar os preços nos EUA.
“Não está certo se Trump deseja enfrentar um processo inflacionário agora, principalmente porque tem divergido publicamente com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell”, acrescenta.
Além disso, o mercado não descarta completamente a possibilidade de negociações entre EUA e Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou à tarde que o governo Lula está aberto ao diálogo, e que ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin estão atuando no aspecto técnico, embora tenha ressaltado que “não há negociação sem interlocução”.
Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, o mercado permanece em espera para um desdobramento em relação às tarifas.

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