Economia
Dólar estável após decisão do Fed e novas tarifas de Trump

O dólar permaneceu quase estável durante o dia desta quarta-feira, 9, em meio à espera de novos acordos comerciais e à divulgação de cartas adicionais enviadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a países parceiros.
A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), realizada em junho, não provocou mudanças significativas nas negociações do mercado cambial.
O documento destacou a divergência entre os membros do Fed quanto à possibilidade de cortes nas taxas de juros ainda em 2025, devido à pressão inflacionária gerada pelas tarifas, que pode ser passageira ou moderada.
O índice DXY, que avalia o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, terminou o dia com uma leve queda de 0,04%, marcando 97,555 pontos.
Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar estava cotado a 146,30 ienes, o euro recuava para US$ 1,1724 e a libra avançava ligeiramente para US$ 1,3596.
Segundo o BBH, as políticas comerciais protecionistas dos EUA continuarão a pesar sobre o dólar.
A instituição destaca que tarifas mais elevadas aumentam o risco de estagflação, o que é desfavorável para a moeda norte-americana. “Este novo episódio de tensão tarifária deverá impulsionar uma nova tendência de baixa do dólar, assim como ocorreu durante o Dia da Libertação, em 2 de abril”, conclui.
Cedric Chehab, economista-chefe da BMI, afirma que o adiamento do prazo para tarifas por parte de Trump prolonga a incerteza cambial e tende a manter o dólar sob pressão no curto prazo. “Esperamos que o índice DXY opere entre 95 e 100 pontos”, comentou.
Na Europa, integrantes do Banco Central Europeu (BCE) indicam que podem aumentar alertas sobre os efeitos da valorização do euro, caso a moeda única se fortaleça ainda mais, segundo a estrategista de câmbio do Rabobank, Jane Foley.
A instituição prevê que o euro alcance US$ 1,20 em um ano, mas sugere que uma correção das recentes altas pode ocorrer nos próximos um a três meses.
Para Trump, entretanto, parte da responsabilidade pela fraqueza do dólar é dos países do Brics. “Se perdemos o valor do dólar, é como se tivéssemos perdido uma batalha econômica”, disse o presidente americano na terça-feira (8).

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