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Economia

Dólar recua em meio a alta das moedas da América Latina

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O dólar recuou de forma consistente no mercado brasileiro nesta segunda-feira, 3, em meio a fortalecimento das moedas latino-americanas, impulsionado por dados econômicos melhores do que o esperado na China. De acordo com operadores, o real também pode ter se beneficiado da entrada de capital estrangeiro na bolsa local, com o Ibovespa atingindo a marca histórica dos 150 mil pontos.

Os investidores estão ajustando suas posições enquanto avaliam os comentários de líderes do Federal Reserve e aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira, 5, que provavelmente manterá a taxa Selic em 15% ao ano. Espera-se que a atratividade do carry trade, devido ao grande diferencial entre os juros domésticos e externos, amenize parte das pressões sobre o real causadas pelo aumento das remessas ao exterior no final do ano.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,43%, a R$ 5,3574, chegando ao valor mínimo de R$ 5,3455, após ter encerrado outubro com alta de 1,08%. No acumulado do ano, a moeda americana cai 13,31% frente ao real, que apresenta o melhor desempenho entre as moedas latino-americanas neste período.

Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, destaca: “O desempenho das moedas emergentes hoje reflete dados chineses um pouco melhores do que o esperado, impulsionando praticamente todas as commodities”.

Uma pesquisa da S&P Global, divulgada na noite anterior em parceria com a RatingDog, revelou que o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial da China caiu de 51,2 em setembro para 50,6 em outubro. Contudo, o índice ficou acima das expectativas dos analistas, que previam 49,8, e permanece acima de 50, indicando expansão da atividade econômica.

O índice DXY, que serve como termômetro para o dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, operou em leve alta próximo a 100 mil pontos, com máxima em 99,988 pontos, impulsionado principalmente pelo avanço superior a 0,40% do euro.

Na ausência de dados de emprego dos EUA devido à paralisação parcial do governo, investidores buscam nas declarações dos dirigentes do Fed pistas para ajustar suas expectativas sobre a taxa de juros no fim do ano.

O debate sobre o ritmo do afrouxamento monetário ganhou intensidade após o presidente do Fed, Jerome Powell, indicar que pode haver uma pausa nos cortes em dezembro, depois de duas reduções consecutivas de 25 pontos-base.

Pela manhã, Stephen Miran, diretor do Fed indicado por Donald Trump e que votou contra um corte maior na última reunião, afirmou que a política monetária americana está “muito restritiva”, aumentando os riscos de recessão.

À tarde, Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse que ainda não decidiu seu voto para a reunião de dezembro, mas alertou que “o limite para cortes nas taxas é mais alto do que em reuniões anteriores”.

Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, afirmou manter “mente aberta” sobre o próximo passo do Fed, defendendo que a taxa de juros permaneça “modestamente restritiva” devido à inflação ainda elevada. Em consonância com Powell, a diretora do Fed, Lisa Cook, afirmou que a política monetária não segue uma trajetória fixa.

Velloni ressalta: “Parece haver muitas incertezas dentro do Fed após os cortes recentes. Além das dúvidas sobre o impacto das tarifas, a continuação da paralisação atrasa a divulgação dos dados de emprego. O Fed está praticamente operando no escuro”. Apesar do cenário cauteloso nos EUA, as moedas emergentes se beneficiam da valorização das commodities.

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