Dólar sobe com acordo EUA-UE e isolamento do Brasil em semana de Fed, Copom e Ptax

O dólar registra alta no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 28, sem sinais de acordo tarifário entre os Estados Unidos e o Brasil, acompanhando a valorização da moeda americana no cenário internacional depois do pacto comercial entre os EUA e a União Europeia, que estabeleceu uma tarifa de 15%, metade da sobretaxa de 30% anunciada anteriormente.

Essa valorização fortalece o dólar globalmente e deixa o Brasil isolado, enfrentando a possibilidade da aplicação de uma tarifa de 50% a partir da sexta-feira, 1º de agosto, sem qualquer indicativo de acordo com Washington.

Jamieson Greer, Representante Comercial dos Estados Unidos, afirmou que os EUA estão confortáveis com os acordos econômicos atuais e não sentem necessidade de firmar novos pactos comerciais no momento. Está em perspectiva a possível continuidade das negociações entre os EUA e a China.

Além disso, novas sanções dos EUA podem ser direcionadas a autoridades do alto escalão do governo brasileiro ao longo desta semana.

Técnicos do governo do presidente Lula estão elaborando um plano emergencial com mais de 30 medidas para minimizar os impactos, incluindo a oferta de crédito para setores afetados. O presidente Lula também sanciona hoje o programa “Acredita Exportação”.

Entre as commodities, os sinais são mistos. O minério de ferro caiu 1,75% na China hoje, enquanto o petróleo apresentava alta superior a 1% nesta manhã.

A agenda da semana inclui a expectativa de manutenção das taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e pelo Federal Reserve, cuja reunião termina na quarta-feira (30). Também está prevista a divulgação da Ptax do final de julho na quinta-feira (31), o que pode gerar volatilidade no mercado.

No boletim Focus, a mediana da projeção para o IPCA nos próximos 12 meses passou de 4,49% para 4,44%.

O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,3 ponto em julho, alcançando 92,7 pontos, após avanço de 0,7 ponto em junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse resultado, a média móvel trimestral do índice caiu 0,3 ponto, marcando a sétima queda consecutiva.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,91% em julho, desacelerando em comparação ao aumento de 0,96% registrado em junho, segundo a FGV. No acumulado do ano, o índice avançou 4,40%, e nos últimos 12 meses, 7,43%.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) instituiu uma medida antidumping válida por cinco anos sobre tubos de aço inoxidável importados da Índia e de Taipé Chinês, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União.

Além disso, o governo reduziu o Imposto de Importação de 2% para zero para autopeças sem produção nacional, utilizadas na fabricação de veículos novos, conforme resolução da Camex.