Economia
Dólar sobe com temores após tarifas de Trump; Ibovespa recua
Republicano determinou taxas de 25% ao México e ao Canadá, além de 10% à China; medidas passam a valer nesta terça-feira (4)
O dólar operava em alta na manhã desta segunda-feira (3) e a bolsa brasileira recuava na abertura, após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas ao México, ao Canadá e à China no fim de semana, e ameaçar fazer o mesmo com a União Europeia e o Reino Unido.
O republicano determinou taxas de 25% aos vizinhos norte-americanos, e de 10% aos produtos importados da China. As medidas passam a valer nesta terça-feira (4). Líderes dos países afetados já sinalizaram retaliação.
Por volta das 10h17, o dólar subia 0,36% ante o real, negociado a R$ 5,8622 na venda. Na sexta-feira (31), a divisa encerrou com queda de 0,3%, a R$ 5,835.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,30%, a 125.759,70 pontos.
A decisão de Trump pressiona bolsas ao redor do mundo neste início de semana. Índices da Ásia fecharam em queda forte, com destaque ao tombo de 2,66% do Nikkei, em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul.
As ações também recuam na Europa. O índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas do continente, perdia quase 1,3%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou no sábado (1º) a imposição de tarifas de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas e de 10% sobre os produtos da China, para atender a uma emergência nacional sobre o fentanil e a entrada de estrangeiros ilegais no país, disseram autoridades da Casa Branca.
Produtos do setor de energia do Canadá terão apenas uma tarifa de 10%, mas as importações mexicanas de energia serão cobradas em 25%, disseram as autoridades a jornalistas.
A taxação de produtos importados foi uma das principais bandeiras da campanha de Trump. O presidente declarou emergência nacional sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, o que permite amplos poderes para lidar com crises, para autorizar as tarifas.
Retaliação
Em resposta, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse no sábado que o país imporia tarifas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses (106,5 bilhões de dólares) de produtos dos EUA em resposta às tarifas dos EUA.
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu a implementação de medidas tarifárias e não tarifárias em resposta à decisão dos EUA.
Em uma publicação no X, Sheinbaum disse que o seu governo procurou o diálogo em vez do confronto com o seu vizinho do norte, mas que o México foi forçado a responder na mesma moeda.
O governo da China denunciou, no domingo (2), a imposição pelo governo Trump de uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas.
“Pequim desafiará a tarifa do presidente Donald Trump na Organização Mundial do Comércio e tomará “contramedidas” não especificadas em resposta à taxa, que entra em vigor na terça-feira (4)”, disseram os ministérios das finanças e do comércio.
No Brasil
Na agenda macroeconômica do dia, os investidores avaliavam pesquisas sobre a atividade industrial no Brasil, às 10h, e aguardam a dos EUA, às 11h45 e 12h.
Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma inflação ligeiramente mais alta ao fim deste ano e do próximo, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,51% ao fim deste ano, de 5,50% na pesquisa anterior, no que foi a 16ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,28%, de 4,22% anteriormente.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
*Com informações da Reuters
CNN Brasil Money
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