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Economia

Dólar sobe ligeiramente com atenção ao discurso do presidente do Fed

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O dólar à vista terminou o pregão de quinta-feira, 21, com uma leve valorização, acompanhando o fortalecimento global da moeda americana. Dados econômicos americanos acima do esperado e a postura prudente dos líderes do Federal Reserve (Fed) diminuíram as expectativas de redução dos juros em setembro.

Os investidores estão voltados para o pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para sexta-feira, 22, durante o Simpósio de Jackson Hole, a fim de ajustar suas previsões sobre possíveis flexibilizações monetárias até o final do ano.

O real busca estabilidade após a recente queda provocada pelo aumento das tensões entre Brasil e Estados Unidos, relacionadas às sanções americanas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira, 19, a moeda brasileira atingiu o patamar de R$ 5,50, valor não registrado desde o início de agosto.

Parte da desvalorização do real nesta semana também é atribuída à melhora na avaliação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quinta revelou vantagem do petista sobre os concorrentes da oposição na corrida eleitoral para 2026.

O dólar à vista oscilou entre R$ 5,4665 e R$ 5,4955 durante a manhã, encerrando o dia a R$ 5,4791, um acréscimo de 0,11%. Na soma semanal, o dólar acumula alta de 1,50%, reduzindo suas perdas em agosto para 2,17%. No acumulado do ano, a moeda americana tem queda de 11,34% frente ao real.

O cenário de cautela predominou nas negociações, o que diminuiu a liquidez e tornou a formação da taxa de câmbio mais suscetível a operações isoladas, explicando as oscilações da moeda ao longo do dia, segundo relatos de operadores.

Alexandre Viotto, chefe de banking da EQI Investimentos, destacou que o momento de maior tensão devido ao conflito entre EUA e Brasil parece ter passado. O episódio mais crítico envolveu dúvidas sobre a aplicabilidade das sanções americanas a Alexandre de Moraes por bancos brasileiros, especialmente após a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que determina que legislações estrangeiras só têm efeito no Brasil após homologação judicial.

“Houve um momento de pânico no mercado, com forte queda nas ações bancárias e valorização do dólar. Contudo, já se observa uma acomodação a partir das declarações do setor bancário e algumas medidas adotadas”, explicou Viotto, referindo-se à decisão do Banco do Brasil de bloquear o cartão de crédito americano do ministro Alexandre de Moraes.

O Dollar Index (DXY), indicador que mede o desempenho do dólar perante seis moedas fortes, subiu cerca de 0,45% no fim da tarde, alcançando aproximadamente 98,650 pontos, próximo de sua máxima de 98,684 pontos. Na semana, o índice acumula alta superior a 0,80%, enquanto recua cerca de 1,40% no mês.

Pela manhã, o presidente do Fed de Kansas City, Jeff Schmid, mencionou ser adequado manter uma política monetária “moderadamente restritiva”. À tarde, a presidente da unidade de Cleveland, Beth Hammack, indicou que, com os dados atuais, não apoiaria um corte nos juros no próximo mês.

Dados do CME Group indicaram que as expectativas por flexibilização monetária em setembro diminuíram de 82% na quarta-feira para pouco acima de 70% na quinta, após quase atingir 100% na semana anterior.

“Já alertamos nossos clientes há algum tempo que a possibilidade de redução dos juros americanos em setembro é limitada. As recentes declarações dos membros do Fed reforçam essa visão e contribuíram para o fortalecimento do dólar no exterior”, concluiu Viotto, da EQI Investimentos.

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