Economia
Dólar volta a subir após quatro dias de queda

O dólar está em alta no mercado à vista nesta manhã de terça-feira, 21, depois de ter registrado quatro dias consecutivos de queda frente ao real. A valorização modestamente da moeda americana ocorre também em relação a outras moedas fortes e de países emergentes ligados a commodities.
O aumento dos preços do petróleo e do minério de ferro ajuda a conter a desvalorização do real, enquanto o mercado aguarda conversações comerciais entre os Estados Unidos e a China, além da expectativa de um novo corte na taxa de juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
Os juros futuros caem acompanhando a diminuição dos rendimentos de títulos públicos dos EUA, em um dia sem divulgação de indicadores importantes e com a preocupação persistente devido à paralisação parcial do governo americano, que já dura 21 dias.
Na segunda-feira (20), o dólar fechou cotado a R$ 5,3708, seu menor valor em dez dias, com indícios de negociações comerciais entre EUA e China, e possivelmente com o Brasil, durante a cúpula do bloco econômico do Sudeste Asiático (ASEAN).
A delegação brasileira, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viaja à Ásia acompanhada por mais de 100 empresários, pode realizar um encontro entre Lula e o ex-presidente Donald Trump na tarde do dia 26 de outubro, durante a cúpula da ASEAN.
O objetivo do governo brasileiro é fortalecer as relações com os países da ASEAN, elevando o patamar de cooperação e diálogo, conforme comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
No cenário doméstico, as notícias são variadas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que as equipes da Casa Civil e da Fazenda estão reunidas para finalizar o orçamento deste ano.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou que o programa governamental de reformas habitacionais apresenta um “subsídio implícito”, já que os R$ 30 bilhões do Fundo Social serão devolvidos com rendimento inferior à taxa Selic.
Simultaneamente, a Consultoria de Orçamento do Senado revisou para R$ 12,3 bilhões a previsão de déficit em três anos devido à isenção do Imposto de Renda aprovada pela Câmara, com perdas estimadas em R$ 4,45 bilhões em 2026, R$ 3,05 bilhões em 2027 e R$ 4,82 bilhões em 2028.
O Ministério da Fazenda defende que o projeto é fiscalmente neutro, considerando a antecipação no pagamento de dividendos. A proposta, conduzida pelo relator Renan Calheiros no Senado e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, isenta rendimentos até R$ 5 mil e aumenta os descontos para até R$ 7.350.
O mercado vê o relatório como moderadamente favorável, embora divergências políticas possam atrasar sua aprovação. Organizações como Amcham Brasil, Abrasca e Abdib criticam a cobrança de alíquota de 10% sobre dividendos destinados a empresas estrangeiras, argumentando que pode causar bitributação e pressionar os juros e o real.
No mercado internacional, o dólar se fortalece devido à diminuição das tensões comerciais entre EUA e China e às condições favoráveis de crédito nos Estados Unidos. A moeda americana valoriza-se especialmente em relação ao iene, após a eleição da ultraconservadora Sanae Takaichi como a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra do Japão, um marco histórico para o país.

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