O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quinta-feira (22), durante atos de campanha no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, que pretende acabar com o programa ‘De braços abertos’, criado pela gestão de Fernando Haddad (PT) e que busca retirar usuários de drogas da Cracolândia, na região da Luz, no Centro da capital.
Perguntado sobre a questão judicial envolvendo um terreno em Campos do Jordão que Doria teria incorporado à sua propriedade e precisava ser devolvido, tema abordado na entrevista do candidato ao SPTV na quarta-feira (21).
“Vamos falar das coisas de São Paulo”, disse Doria. “Não sou candidato a prefeito de Campos de Jordão. Sou candidato a prefeito de São Paulo. Esse assunto já foi explicado, já foi tratado em larga escala. É uma viela sanitária, uma coisa muito pequena, inexpressiva. O assunto está sob júdice.”
Doria conversou com eleitores em uma padaria e depois caminhou pelas ruas. Ele estava acompanhado de dois ex-policiais militares que são candidatos a vereador pelo partido e também do Delegado Olim, que é deputado estadual.
Segundo Doria, o programa criado por Haddad para retirar usuários de crack “não é um bom programa para a cidade”. Ele pretende adotar o mesmo programa voltado para o tema na gestão estadual do governo Geraldo Alckmin, que se chama “Recomeço”.
O candidato falou sobre o tema ao ser questionado sobre um debate promovido pela Arquidiocese de São Paulo em que outros dois candidatos à prefeitura, Haddad e Celso Russomanno (PRB), discordaram sobre como tratar a questão.
Durante aquele debate, Russomanno disse que infiltraria guardas civis metropolitanos na Luz para tentar prender os traficantes.Doria não esteve presente no debate, alegando que havia compromissos de campanha. Falando como se já estivesse no segundo turno, afirmou que, se houver novo debate no segundo turno, compromete-se a participar.
“Nossa posição é diferente [em relação à Cracolândia], nossa posição não é essa. Primeiro, nós não vamos continuar com o programa Braços Abertos, não é um bom programa para a cidade. Nós vamos adotar o programa Recomeço, que o governo do Estado realiza nesta área, com a participação de duas secretarias: a de Promoção Social e da Saúde. Este programa propõe a internação daqueles que são vítimas do crack, que são psicodependentes, para que eles nesta internação, com tratamento clínico, eles podem ficar afastados das drogas”, afirmou Doria.
Segundo o candidato do PSDB, a ideia é que um familiar “do psicodependente possa acompanhá-lo, pelo menos por algumas horas por dia [durante o tratamento], para que ele sinta acolhimento e saiba que o dia que sair da clínica, ele terá para onde ir, e não será para uma pensão na Nova Luz ou para a Cracolândia, mas sim para o lar, para a sua casa, para a família”, afirmou.
Doria afirmou ainda que aplicará outro programa estadual, voltado para a qualificação profissional dos dependentes químicos, após o período em clínica.
“Nós vamos fazer ali todo um redirecionamento, uma reurbanização nesta área, seguindo o modelo da Casa Paulista (outro projeto estadual) que envolve habitações de interesse social, habitações populares e comércio no piso térreo para permitir que as pessoas que ali residem possa trabalhar, além [da criação] de áreas de lazer”, disse Doria.
Segundo Doria, com as mudanças que pretende implantar na Luz, “não vai ficar terreno baldio, vamos construir ali”.
Prefeituras regionais
O candidato afirmou ainda que pretende criar prefeituras regionais, que serão “braços ativos da prefeitura, porque não há possbilidade de administrar a cidade do Palácio do Anhangabaú – foi o errro que se cometeu na atual gestão”, criticou ele.
Doria prometeu que as prefeituras regionais não serão repartidas entre os partidos que integram a sua coalizão e que pretende dar a elas orçamento e autonomia. A ideia, segundo ele, é ter soluções mais rápidas e com menos burocracia.
“A responsabilidade é do prefeito, a partilha política que existia no passado [nas subprefeituras] não vai ter mais. Eu sou um gestor, eu sou um administrador, não sou um político. Então não tem partilha política nas subprefeituras, vamos colocar ali gestores, pessoas com currículo, ficha limpa e residência no bairro, isso é obrigatório”, afirmou.
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