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Doria é o Trump brasileiro? Confira 10 semelhanças entre eles
Há uma semana, os brasileiros acordavam com a surpresa da vitória do empresário Donald Trump na eleição presidencial nos Estados Unidos, um cenário que não havia sido previsto pela maioria das pesquisas.
Pouco mais de um mês antes, outra surpresa. Desta vez, na capital paulista. O empresário João Doria Jr. (PSDB) derrubou a previsão de segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo e venceu o pleito com mais de 53% dos votos válidos, algo inédito na história paulistana.
Os empresários têm muito mais em comum do que se imagina. O UOL lista, abaixo, dez características divididas pelo futuro administrador da maior cidade do país e pelo novo presidente da nação mais poderosa do mundo.
1 – Empresários milionários
Dono de um império imobiliário, hotéis, cassinos e campos de golfe, Trump possui uma fortuna de US$ 3,7 bilhões (R$ 12,74 bilhões), calculada pela revista “Forbes”. O empresário, porém, diz ter mais: um patrimônio superior a US$ 10 bilhões (R$ 34,4 bilhões). O poder financeiro do futuro mandatário dos Estados Unidos é simbolizado pela Trump Tower, um arranha-céu de 58 andares construído na Quinta Avenida, um dos míticos endereços de Nova York.
Em sua declaração Justiça Eleitoral, Doria declarou ter um patrimônio de quase R$ 180 milhões, que envolve casas, carros de luxo, empresas e investimentos. O valor, porém, pode ser maior. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a mansão do empresário na capital paulista, por exemplo, valeria quase quatro vezes mais que os R$ 12,4 milhões declarados.
2 – Apresentaram “O Aprendiz”
Uma das mais conhecidas atrações de televisão da década de 2000 foi comandado pelo presidente eleito dos Estados Unidos. Lembrado pela frase “você está demitido”, o programa “O Aprendiz” foi apresentado por Trump. A atração começou a ser produzida em 2004.
O programa chegou ao Brasil no mesmo ano, mas comandado pelo publicitário Roberto Justus na TV Record. Em 2009, ele se transferiu para o SBT e o programa passou a ser comandado por Doria, que apresentou apenas duas edições da atração.
3 – Esposas deram ‘bola fora’
Em uma das poucas vezes em que a ex-modelo eslovena Melania Trump –futura primeira-dama dos Estados Unidos– se pronunciou, uma polêmica foi gerada. Em 18 de julho, ela fez um discurso na Convenção Nacional Republicana. Tudo teria ido muito bem não fosse uma acusação de plágio por conta de uma estranha coincidência entre frases ditas por Melania e frases de um discurso proferido pela atual primeira-dama, Michelle Obama, oito anos antes.
Em São Paulo, o embaraço se deu após a vitória de Doria. Sua esposa, a artista plástica Bia Doria, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, não demonstrou ter certeza sobre o que seria o “Minhocão”, nome do elevado Presidente João Goulart, uma das obras viárias mais controversas de São Paulo. “O Minhocão hoje para que serve? Quase nunca fui lá. É tipo um viaduto, né?” Após a publicação do texto, aliados do prefeito eleito pediram para que a primeira-dama passasse por treinamento para lidar com a imprensa.
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4 – Nada de receber salário
Trump afirmou que não irá embolsar nenhum dos salários a que terá direito como presidente dos Estados Unidos. O valor é equivalente a US$ 400 mil (R$ 1,37 milhão) em cada um dos quatro anos de mandato, ou mais de R$ 5,48 milhões até janeiro de 2020. “Não vou ficar com o salário. Não vou ficar”, disse. Ele receberá apenas o valor simbólico de US$ 1 para cumprir a lei americana.
Doria receberá o salário como prefeito paulistano, mas disse que doará a quantia(R$ 24,1 mil, caso os vereadores não aumentem o valor) para uma instituição de caridade diferente a cada mês. “Tenho dinheiro suficiente para viver o resto da minha vida sem trabalhar”.
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5 – Racharam seus partidos
Hoje, nenhum dos republicanos vai falar mal de Trump. Mas, no ano passado, quando informou que iria disputar as prévias do partido para ser o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, a maioria deles não imaginava a mínima possibilidade de que Trump fosse o escolhido. Quando ele foi confirmado como nome do partido, alguns republicanos chegaram a sugerir que Trump retirasse sua candidatura. Nada feito. Com isso, alguns membros do partido começaram a sugerir o voto em sua adversária, Hillary Clinton. Após a inesperada vitória, as feridas começam a cicatrizar.
Algo parecido aconteceu no PSDB paulistano. Para ser candidato, Doria teve de passar pelas prévias. Seu principal adversário foi um dos caciques do partido: o vereador Andrea Matarazzo. Doria venceu tanto em primeiro como no segundo turno das prévias tucanas. Ele, porém, foi acusado de poder econômico na disputa, o que gerou discussões dentro do partido. Matarazzo não concordou com o andamento do processo de escolha do candidato tucano e acabou trocando de sigla, indo para o PSD com a intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo, mas acabou como candidato a vice na chapa da senadora Marta Suplicy, do PMDB.
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6 – Amenizaram discursos
Durante o período de campanha, tanto Trump quanto Doria eram extremamente críticos aos atuais mandatários dos Estados Unidos, Barack Obama, e da prefeitura paulistana, Fernando Haddad (PT).
O empresário americano chegou a dizer que Obama entraria para a história como pior presidente dos Estados Unidos. Mais recentemente, Trump criticou o fato de o atual chefe de Estado ter dedicado os primeiros dias de novembro para fazer campanha pró-Hillary. Já eleito, o presidente eleito sugeriu que Obama se tornasse seu conselheiro.
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Doria, após a vitória nas urnas, também pediu a Haddad para que ele seja seu conselheiro na Prefeitura de São Paulo. O empresário brasileiro ainda elogiou a “atitude republicana” do petista na transição e disse que Haddad era “maior e melhor que o PT”, partido que vive crise e enfrenta investigações.
Mas, antes disso, o cenário era outro. “É um bom professor, mas um péssimo gestor”, falou em entrevista à rádio Jovem Pan. Para Doria, a gestão do petista tinha um “desleixo que chegava a ser criminoso”.
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7 – Estreantes
A partir de janeiro, Doria (dia 1º) e Trump (dia 20) estarão no comando de uma máquina pública pela primeira vez em suas vidas. Doria, aliás, disputou em outubro sua primeira eleição para um cargo do Poder Executivo, situação que dava base para ele sustentar o discurso de que não era um político, mas um gestor.
Trump, por outro lado, já havia tentado ser presidente dos Estados Unidos em 2000, mas acabou retirando sua pré-candidatura, pelo Partido Reformista, antes do pleito. Antes da incursão bem sucedida, o empresário havia considerado a possibilidade de concorrer ao cargo de presidente em 1988, 2004 e 2012, mas não chegou a levar a ideia adiante. Além disso, ele também pensou em ser governador de Nova York em 2006 e 2014, mas a possibilidade ficou apenas no plano das ideias.
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8 – Financiamento de campanha
O empresário americano sempre ressaltou a seguinte frase durante sua campanha: “estou financiando minha própria campanha”. Até outubro, estimava-se que Trump teria investido US$ 50 milhões (R$ 172,2 milhões) para disputar a Presidência dos Estados Unidos. Mas parte desse dinheiro acabou voltando para o magnata para pagar o aluguel para a Trump Tower, em Nova York, onde foi instalado o escritório da campanha.
Já Doria foi responsável por 37% do valor arrecadado em doações por sua campanha. Foram R$ 4,6 milhões dos R$ 12,6 milhões obtidos, segundo os dados apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O empresário acabou doando mais que o dobro do que receberá como prefeito paulistano.
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9 – Serra não é fã
Senador licenciado e atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), digamos, não tinha Trump nem Doria como suas opções favoritas para a Presidência dos Estados Unidos e a Prefeitura de São Paulo, respectivamente.
Em janeiro, quando ainda era senador e os tucanos viviam as prévias para a escolha de seu candidato na capital paulista, Serra menosprezou Doria: “eu nem sabia que ele é do PSDB”. Serra era favorável à candidatura do então tucano Andrea Matarazzo. O político ficou distante de Doria durante a campanha, mas ligou para parabenizá-lo após a vitória do empresário.
Sobre Trump, o ministro das Relações Exteriores disse, quatro meses antes da eleição americana, que seria “preciso ser muito masoquista para ficar imaginando que o Trump ganhe”. “Eu não vou sofrer por antecipação. Agora, se ganhar, nós vamos ter que, pragmaticamente, ver o que fazer”, disse ao “Canal Livre”, da TV Bandeirantes. Bem, o empresário ganhou e Serra disse: “treino é treino, jogo é jogo”. O treino é a campanha. O jogo começa agora”.
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10 – Filhos vão assumir empresas
Para evitar conflito de interesses, tanto Trump quanto Doria passaram o controle de suas empresas para os filhos.
O brasileiro decidiu deixar com o filho, João Doria Neto, 22, o comando acionário das empresas que compõem o Grupo Doria, e para o economista Roberto Giannetti da Fonseca a liderança política da associação empresarial. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, Doria disse a amigos que “quer evitar questionamentos sobre sua atuação como empresário”.
No caso de Trump, não há uma confirmação oficial. Mas, após a vitória na eleição, assessores do presidente eleito disseram que o empresário se concentrará na Presidência e que passará o comando de seus negócios a seus filhos. O próprio Trump disse que “não se envolveria de jeito nenhum”. Os planos do futuro presidente são delegar o poder de seu império aos três filhos mais velhos: Donald Junior, Ivanka e Eric. “Eles são inteligentes e realmente qualificados”, comentou a equipe de Trump.
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