O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que a dosagem da política monetária se mostrou adequada até o momento com atuais expectativas de crescimento para 2017 e 2018 maiores que as esperadas no final do ano passado.
Ao participar de audiência pública conjunta no Congresso Nacional, Ilan repetiu mensagem feita pela manhã, com a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o BC optou pela “liberdade de ação” na condução dos juros básicos, deixando a porta aberta para mais redução no início de 2018.
O presidente do BC também reiterou que para a próxima e última reunião do Copom no ano, em dezembro, vê como adequada redução moderada no ritmo de afrouxamento dos juros básicos.
Na semana passada, a Selic caiu 0,75 ponto, a 7,50 por cento ao ano. Para dezembro, a expectativa do mercado é de tesourada de 0,5 ponto, o que levaria a taxa ao menor patamar histórico, de 7,0 por cento.
Durante sua participação, o presidente do BC foi bastante questionado sobre eventual uso de reservas internacionais para pagamentos e defendeu que isso só deve ser considerado para abatimento de dívida e no futuro.
Ilan voltou a dizer que as reservas funcionam como um seguro e que sua manutenção no patamar atual, na casa de 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), se justifica como uma proteção para incertezas.
Ao falar sobre a economia, avaliou que há possibilidade de a produção ganhar fôlego no país sem pressionar a inflação em função da existência de capacidade ociosa. Mas destacou que é necessária retomada dos investimentos após o movimento já ter despontado no consumo.
“Por enquanto a taxa de investimento ainda não subiu como gostaríamos. Na sequência da recuperação do consumo, a taxa de investimento tem que vir”, disse.
Sistema bancário
Ilan relativizou a concentração bancária brasileira e afirmou que ela se compara à observada em muitos países europeus.
A respeito do tema, também salientou a importância de inovações tecnológicas para impulsionar a concorrência e lembrou que o BC colocou em audiência pública proposta de regulamentação para operações de crédito feitas por meio de plataformas financeiras independentes.
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