Conecte Conosco

Centro-Oeste

É preciso ficar atento às doenças mais transmitidas durante o carnaval

Publicado

em

O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, destaca que as ISTs e algumas doenças transmitidas por contato interpessoal ou consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas são as mais comuns na folia

Com a proximidade do carnaval e vários dias de festa por todos os cantos, os foliões não podem se descuidar da saúde. Para aproveitar a folia sem dor de cabeça no futuro, é de suma importância se proteger contra diversas doenças, principalmente as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Marcos Davi Gomes, destaca que as ISTs e algumas doenças transmitidas por contato interpessoal ou consumo de alimentos e bebidas em condições inadequadas são as mais comuns.

“O carnaval é um período de maior socialização e atividade sexual, muitas vezes sem o uso adequado de preservativos, levando ao aumento das ISTs, como sífilis, que teve um aumento alarmante nos últimos anos; gonorreia, clamídia e micoplasma; herpes genital; HPV; HIV e monkeypox ou Mpox”, informa.

Segundo o especialista, as ISTs lideram geralmente o ranking das doenças mais contraídas no Carnaval, pois há aumento da exposição a situações de risco, como sexo sem preservativo, múltiplos parceiros e consumo de álcool ou outras substâncias que reduzem a percepção de perigo. Além disso, muitas destas infecções podem ser assintomáticas nos primeiros dias, levando à transmissão contínua.

“Para curtir o Carnaval com segurança e minimizar o risco de infecções, é fundamental adotar algumas medidas preventivas, como usar preservativo em todas as relações sexuais. Também vale considerar o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), para quem tem maior risco de exposição ao HIV, e da profilaxia pós-exposição (PEP), que pode ser usada até 72h após um contato desprotegido considerado de risco. Além disso, fazer testagem de ISTs antes e depois do Carnaval e se vacinar contra HPV e hepatites A e B. Tudo isso é disponibilizado no SUS”, explica Marcos Davi.

Segundo dados epidemiológicos sobre a sífilis no Distrito Federal, de 2019 a 2023 foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 12.639 casos de sífilis adquirida, 4.966 casos de sífilis em gestantes e 1.604 casos de sífilis congênita, incluindo abortos e natimortos.

Segundo o Sinan, atualizado em 22 de agosto de 2024, a taxa de sífilis adquirida sofreu aumento de 77,5% para 123,5% em 2023. A média de casos da doença em gestantes também teve aumento discreto – a taxa que era de 31,4%, foi para 31,9%, em 2023. Já a sífilis congênita variou de 6%, em 2019, para 10,7%, em 2022. Em 2023, registrou 8,5%.

“Muitas ISTs podem ser assintomáticas no início, mas, ainda assim, são transmissíveis. Por isso é tão importante o uso de preservativos”, afirma Marcos Davi.

Outras doenças

O infectologista destaca que com aglomerações em blocos e festas, há maior disseminação de vírus respiratórios e de contato também, incluindo covid-19; influenza; mononucleose infecciosa, causada pelo vírus Epstein Barr (conhecida como Doença do Beijo); e herpes labial.

Já entre as doenças gastrointestinais e alimentares, o médico alerta para o aumento de casos de hepatite A e E (transmitidas por água e alimentos contaminados) e das intoxicações alimentares (por bactérias como Salmonella, E. coli, Staphylococcus aureus) e gastroenterites virais (norovírus). Fora isso, também é importante se proteger contra as arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, utilizando repelentes para combater.

Marcos Davi ressalta que é importante evitar o compartilhamento de copos e garrafas, pois isso pode transmitir a mononucleose, a gripe e a herpes labial (simples). Ele alerta também para a lavagem das mãos com frequência, o uso de álcool em gel e dá a dica de evitar beijar várias pessoas em sequência, porque pode aumentar o risco de transmissão de vírus como gripe, covid-19 e herpes.

Segundo o médico, os sintomas das doenças mais comuns no período do Carnaval variam conforme o agente causador. Algumas se manifestam rapidamente, enquanto outras podem levar dias ou semanas para apresentar sinais.

*Com informações da Agência Brasília

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados