Eduardo Bolsonaro destaca acordo com Tarcísio sobre anistia e evita falar de eleição

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Após um período de críticas, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro reconheceu que existe um consenso entre eles na defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista ao SBT nesta sexta-feira, o parlamentar destacou que este não é o momento para discutir as eleições de 2026. Tarcísio é apontado como possível sucessor político de Bolsonaro, e Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, tem se incomodado com ações de aliados que tentam diminuir o protagonismo do ex-presidente.

“Falta um ano para a eleição. O foco agora é a anistia, que é o ponto de concordância”, afirmou ao falar sobre Tarcísio.

Ele também ressaltou que apesar do alinhamento, cada um tem uma estratégia diferente:

“Nosso trabalho sempre seguiu uma tática diferente da dele, que buscava inicialmente proteger para depois negociar melhor. Agora, após pressão a autoridades, todos estão empenhados em aprovar a anistia no Congresso.”

Recentemente, em entrevista ao jornalista Cláudio Dantas, Eduardo disse que Tarcísio não tem o perfil de opositor ao sistema esperado pelos bolsonaristas:

“Enquanto cumprimos nossos mandatos, mostramos nossa identidade, mas a do Tarcísio realmente não é de contestar o sistema estabelecido. Não estou criticando, pois ele é uma pessoa íntegra e um gestor competente, porém com um modo diferente de fazer política. Nossa base quer algo distinto, mas não sou dono da verdade. O melhor é levar a decisão ao voto.”

Nos últimos meses, declarações como essas têm sido comuns em entrevistas e redes sociais. Conforme noticiado, a relação entre eles deteriorou quando Tarcísio passou a negociar com os Estados Unidos uma alternativa às tarifas impostas por Donald Trump, em julho.

Mensagens reveladas no fim de agosto, após a apreensão do celular de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal, mostram Eduardo se posicionando contra a ideia de Tarcísio como candidato ao Palácio do Planalto. Ele alertou ao pai sobre a forte narrativa em torno da sucessão por Tarcísio e destacou a necessidade de conter esse movimento para manter a força política da família.