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‘El Niño do século’ atingiu seu ápice e começa a enfraquecer

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De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), apesar de perder força o fenômeno continuará modificando o clima ao redor do globo

Em 2015, o El Niño provocou incêndios no norte do Brasil, à semelhança do que aconteceu em 1997(Jonatas Boni/VEJA)

Em 2015, o El Niño provocou incêndios no norte do Brasil, à semelhança do que aconteceu em 1997(Jonatas Boni/VEJA)

O El Niño mais poderoso do século atingiu seu auge e começa a perder força, mas continuará a influenciar no clima global. De acordo com anúncio feito nesta quinta-feira (17) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas especializada no comportamento da atmosfera da Terra, o fenômeno deve ficar mais fraco nos próximos meses, até desaparecer no segundo semestre. Consequência do aquecimento anormal das águas do Pacífico tropical, o El Niño é um evento que ocorre em intervalos que variam de dois a sete anos.

O Oceano Pacífico aumentou sua temperatura em até 2°C acima da média em 2015, indicando aos especialistas que o El Niño de 2015 e 2016 é um dos mais poderosos da história, sendo comparado aos fortes fenômenos registrados em 1997-1998 e 1982-1983. Após atingir seu pico em novembro e dezembro de 2015, o El Niño tem arrefecido com uma queda de meio grau na temperatura do Oceano Pacífico.

 

“Acabamos de presenciar um dos episódios do El Niño mais poderosos já vistos, que causou temperaturas extremas em diversos países de todos os continentes, contribuindo para recordes de calor globais em 2015”, explicou o secretário geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado. “Em termos meteorológicos, o El Niño está em declínio. No entanto, não podemos nos descuidar, uma vez que ele continua bastante forte e, em termos econômicos e humanitários, os impactos continuarão por muitos meses”.

Várias regiões do globo, como a América do Sul e o Leste da África, ainda não estão completamente recuperadas dos transtornos climáticos ocasionados pelo fenômeno, que incluem ciclones, tempestades (que podem provocar deslizamentos e inundações), tornados, fortes secas e incêndios.

Ainda de acordo com a organização, 2015 foi o ano mais quente da história em decorrência de uma junção entre o El Niño mais poderoso do século e o aquecimento do planeta devido à emissão de gases de efeito estufa.

Recorde de calor – O último mês de janeiro foi o mais quente da história, de acordo com cientistas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira, em janeiro de 2016 a temperatura global ficou 1,04°C acima da média de 12°C do século XX. Esta foi a média mais alta em janeiro desde que os registros começaram a ser feitos em 1880, ultrapassando o recorde anterior de 2007 em 0,16°C. Este é o nono mês consecutivo de recorde de altas temperaturas.

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