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El Salvador lidera queda rápida da democracia na América Latina

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El Salvador é o país da América Latina e do Caribe que mais rapidamente perdeu qualidade democrática nos últimos anos, conforme relatado por uma organização intergovernamental divulgada nesta sexta-feira (12).

De acordo com Marcela Ríos, diretora regional do IDEA Internacional, El Salvador apresentou o declínio político mais acentuado da última década na região.

O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, governa desde 2022 sob estado de exceção que, segundo seu governo, visa combater gangues. Essa medida autoriza prisões sem mandado judicial e é criticada por grupos de direitos humanos.

Em julho, o Congresso dominado por Bukele aprovou a reeleição indefinida, garantindo que ele possa permanecer no poder, aproveitando-se do apoio popular por sua política de combate às gangues.

El Salvador é exemplo de como democracias estáveis podem sofrer um declínio acelerado, destacou Marcela Ríos, ex-ministra da Justiça do Chile, ao divulgar no Panamá o capítulo regional do relatório mundial lançado em Estocolmo.

O relatório analisa 27 países da região em aspectos como liberdade de imprensa, participação política, estado de direito e igualdade social.

Em El Salvador, houve uma queda significativa nas liberdades civis, além do enfraquecimento do estado de direito e perda da independência judicial.

Também foram observadas manobras políticas para consolidar regimes autoritários via reeleições indefinidas, prática comum em alguns países.

O modelo adotado por Bukele trouxe consequências severas: El Salvador detém a maior taxa de encarceramento do mundo, com cerca de 85 mil presos para uma população de seis milhões, incluindo milhares de jovens.

O país está entre os piores casos no comprometimento da independência judicial, ao lado de nações como Afeganistão, Chade, Mianmar e Tunísia.

Relatório destaca ainda que tortura, desaparecimentos forçados, mortes sob custódia e abuso policial são práticas frequentes.

Nos últimos cinco anos, a América Latina sofreu retrocessos democráticos por eleições fraudulentas, falta de separação dos poderes e violações aos direitos humanos, ressalta o documento.

Enquanto isso, países como Nicarágua e Venezuela permanecem sob regimes autoritários há muito tempo, e o Haiti enfrenta um colapso institucional grave, eliminando praticamente qualquer prática democrática.

Por outro lado, Brasil e Colômbia destacam-se regionalmente e globalmente por apresentar avanços significativos na democracia.

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