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Saúde

Em 12 anos, número de fumantes no Brasil caiu 40%, diz Ministério da Saúde

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Em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse índice era de 15,6%

(foto: Oswaldo Corneti/Fotos Públicas)

Um levantamento divulgado, nesta sexta-feira (31/5), pelo Ministério da Saúde no Dia Mundial Sem Tabaco aponta que em 12 anos, o número de fumantes no Brasil caiu em 40%, reforçando a tendência nacional observada de queda do hábito. A pesquisa foi feita por meio do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e mostra que o país tem o que comemorar. Em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse índice era de 15,6%.
Segundo o Vigitel, a queda no uso do tabaco é significativa em pessoas de 18 a 24 anos de idade (12% em 2006 e 6,7%, em 2018), 35 e 44 anos (18,5% em 2006 e 9,1% em 2018) e entre 45 a 54 anos (22,6% em 2006 e 11,1% em 2018).

Um outro perfil revela que as mulheres superaram a média nacional, reduzindo em 44% o hábito de fumar no período. No ano passado, as mulheres se destacaram por serem as que menos fumaram, com índice de 6,9%, ou seja, quase a metade dos homens, com 12,1%. Quando analisado o fator de idade, a menor prevalência se dá entre aqueles com 65 anos ou mais (6,1%) e em jovens de 18 a 24 anos (6,7%). Já a maior é registrada naqueles com idade entre 55 a 64 anos, em que o índice é igual a 12,3%. As capitais com mais fumantes são Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Já Salvador, São Luís, e Belém são as que possuem menos fumantes.
O levantamento mostra ainda que os menos escolarizados são os que mais fumam: 13% dos entrevistados com até oito anos de escolaridade disseram ser fumantes, sendo a prevalência em homens com esse perfil igual a 17% e, em mulheres, 9,7%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, sendo responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, até o final de 2019, sejam registrados 31.270 novos casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão em decorrência do tabagismo, sendo 18.740 em homens e 12.530 em mulheres. O câncer de pulmão é o segundo mais frequente no país. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostram que 27.833 pessoas foram a óbito em 2017 devido a essa causa.

Proibição de cigarro em locais públicos evitou morte de crianças

Uma outra pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em parceria com a Imperial College London (Reino Unido) e o Erasmus MC (Holanda) intitulada “Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e mortalidade neonatal e infantil” mostra que a introdução das leis de ambientes livres de tabaco tem relação com reduções significativas na mortalidade infantil. Mais de 15 mil crianças de até um ano de idade deixaram de morrer por causa das leis que proibiram o fumo em ambientes fechados de 2000 a 2016. A queda foi de 5,2%.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que o Brasil ocupa o 34º lugar no ranking da Instituição, com um índice de 14% da população fumante, dentre 149 países. A organização tenta combater o tabagismo, mas o ritmo de redução da demanda por tabaco e o número de mortes e doenças relacionadas ao seu consumo está lento em relação aos compromissos globais de redução de 30% do uso até 2025 entre pessoas com 15 anos ou mais. Com a continuidade da tendência de consumo entre os jovens, o mundo alcançará apenas uma redução de 22% até 2025.

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