Economia
Em 8ª queda seguida, mercado derruba projeção do PIB brasileiro para 1,71%
Perspectiva é a mais pessimista das últimas semanas, apontando para um ritmo bem mais fraco da indústria
São Paulo — A estimativa de crescimento econômico do Brasil neste ano voltou a ser reduzida com força na pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira, com um ritmo esperado para a indústria bem mais fraco.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 agora é de um crescimento de 1,71 por cento, de 1,95 por cento na semana anterior, na oitava semana seguida de redução.
O cenário para a produção industrial em 2019 sofreu forte piora, com as contas para o crescimento do setor passando a 1,70 por cento, de 2,30 por cento antes.
A perspectiva para o PIB em 2020 também foi piorada, com os analistas consultados vendo agora uma expansão de 2,50 por cento, 0,08 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. Entretanto, o crescimento da produção industrial permaneceu sendo calculado em 3 por cento.
Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi ajustada de 4,06% para 4,01% este ano. Para 2020, a previsão segue em 4%. Para 2021 e 2022, também não houve alteração: 3,75%.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.
Taxa Selic
Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,5% ao ano até o fim de 2019.
Para o fim de 2020, a projeção segue em 7,50% ao ano. Para o fim de 2020 e 2021, a expectativa permanece em 8% ao ano.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
A manutenção da Selic este ano, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.
Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Dólar
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar subiu de R$ 3,70 para R$ 3,75 no fim de 2019 e de R$ 3,78 para R$ 3,80 no fim de 2020.
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