Dois ônibus de transporte público foram incendiados na manhã desta quinta-feira (10) em São Sebastião, no Distrito Federal, em protesto contra a reintegração de posse que acontece desde sexta na Zona Rural Zumbi dos Palmares. Um dos coletivos tinha 20 passageiros e chegou a ser apedrejado. Uma pessoa precisou ser socorrida ao hospital.
A orimeira abordagem aconteceu por volta de 6h, na avenida principal do Morro da Cruz. Passageiros e motoristas foram obrigados a descer. O Corpo de Bombeiros informou que controlou as chamas após enviar três equipes, com 13 militares. A Companhia Energética de Brasília (CEB) foi acionada, porque havia dois cabos de alta tensão sobre o ônibus.
“Embarquei dez passageiros na parada e metros depois umas dez pessoas chegaram com gasolina e mandaram a gente descer”, contou o motorista Iranildo Santos. Responsável pelo transporte público na região, a Pioneira suspendeu o serviço nesta quinta. As paradas de ônibus da região estavam cheias e muitas pessoas não conseguiram sequer chegar ao trabalho.
Além de machucar o cotovelo e o joelho ao escapar das chamas, o auxiliar de serviços Oziel Gomes perdeu o turno no trabalho por conta do incidente. “Eu estava no fundo do coletivo quando chegaram com a gasolina. Foi gente correndo pelas três portas do carro. A cobradora ficou molhada em gasolina.”
Pouco depois do incêndio ao coletivo, um grupo queimou pneus no Morro Azul e tentou pôr fogo em outro ônibus, sem sucesso. Em nota, a Pioneira disse que o prejuízo com o dano a cada veículo é de R$ 300 mil.
Policiais militares e invasores têm entrado em conflito na região. Nesta quarta, houve barricadas e gás de pimenta. Na terça, uma mulher levou golpes de cassetete enquanto filmava a operação.
A região compõe as chácaras 40 e 41 da Zona Rural, que pertencem à Terracap. De acordo com a Agefis, as terras “deveriam ter, no máximo, quatro edificações”, mas foram loteadas em uma série de casas de alvenaria de pequeno porte.
A agência estima que toda a área – de 66 mil m² – seja descoupada até esta sexta (11). Na terça, 22 mil m² de terra foram reintegradas. Questionada pelo G1, a Agefis não soube informar quantas famílias moram no local, e disse que o balanço “está sendo feito por metro quadrado”.
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