Num momento caótico, por conta das polêmicas envolvendo a alta no preço dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros, o setor de petróleo e o governo devem ter uma boa notícia nesta quinta-feira. Será realizada a 4ª rodada do leilão do pré-sal, que pode arrecadar 3,2 bilhões de reais à União. Serão 16 empresas (um número recorde para um regime de partilha) disputando quatro blocos exploratórios nas bacias de Santos e Campos.
A confusão vista nas últimas semanas e as incertezas sobre a precificação dos preços dos combustíveis no Brasil não devem trazer grandes impactos. Isso porque o setor de exploração e produção permanecem isolados da polêmica, que se concentra na parte de refino (que apenas a Petrobras realiza) e na distribuição. Desde o ano passado o governo tem sido bem sucedido nos leilões do pré-sal e já arrecadou 18,1 bilhões de reais.
Apesar do interesse de investidores por esse segmento no Brasil, ele também sofre com a pressão de grupos da sociedade que são contra a abertura do mercado para estrangeiros. O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo chegaram a ajuizar uma ação popular para impedir o leilão, mas o pedido não foi acatado. A mobilização do sindicato é só mais uma dentre as muitas que têm barrado a abertura do mercado brasileiro e de empresas estatais.
O risco é que esses grupos tenham cada vez mais apoio popular faltando apenas quatro meses para a eleição presidencial. O país pode acabar seguindo o caminho de um governo populista ou fraco demais para fazer as reformas econômicas necessárias. Nesta queda de braço, o novo leilão do pré-sal deve ser um raro momento de boas e previsíveis notícias.
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