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Em votação, Equador rejeita bases militares estrangeiras

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Os eleitores do Equador rejeitaram, no último domingo (16), as quatro questões apresentadas pelo presidente Daniel Noboa, líder do país de orientação conservadora.

Entre as perguntas, estava a autorização para a instalação de bases militares estrangeiras no território equatoriano, além de uma proposta para convocar uma Assembleia Constituinte com o objetivo de reformular a atual Constituição.

Com mais de 91% das urnas apuradas, 60,65% dos votantes recusaram a implantação das bases militares estrangeiras, enquanto 39,35% apoiaram a proposta.

Após o resultado, o presidente Noboa declarou respeito pela decisão da população. “Nosso compromisso permanece firme e se fortalece. Continuaremos lutando incansavelmente pelo país que vocês merecem, utilizando os recursos disponíveis”, afirmou em rede social.

A Constituição vigente, promulgada em 2008, proíbe a instalação de bases militares estrangeiras no Equador, o que levou à retirada das tropas dos Estados Unidos da cidade costeira de Manta, em 2009.

Daniel Noboa defendia a instalação dessas bases para intensificar o combate ao tráfico de drogas. No início de novembro, ele recebeu a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, durante visita a Manta, e o ministro da Defesa, Carlo Loffredo, afirmou que o enfrentamento ao crime precisa superar fronteiras e contar com recursos e tecnologia que ainda faltam ao país.

A presidente do Partido Revolução Cidadã, oposição liderada por Luisa González, comemorou a decisão. Segundo ela, o país rejeitou as propostas do governo e reafirmou sua soberania, criticando a suposta influência dos Estados Unidos na política interna.

Sobre a Assembleia Constituinte, 61,65% dos votos foram contrários à convocação solicitada por Noboa, que justificava a reformulação da Constituição para evitar proteção a criminosos. A oposição, porém, acredita que a proposta visa retirar direitos sociais garantidos pela atual Carta Magna, criada após a eleição de Rafael Correa em 2007.

Nos últimos anos, o Equador, país com cerca de 18 milhões de habitantes, enfrenta crise de segurança pública, agravada pelo aumento do tráfico de drogas e escalada da violência, com aumento drástico nos homicídios e conflitos entre facções criminosas.

Menos de três meses após assumir o cargo, Noboa declarou estado de conflito armado interno, classificando grupos ilegais como terroristas e ampliando o papel das forças militares na segurança. Essas medidas geraram denúncias de abusos, como torturas, execuções e prisões arbitrárias.

Noboa foi reeleito em fevereiro, mas sua vitória foi contestada pela oposição. Sua promessa de endurecer a luta contra o crime faz lembrar políticas semelhantes adotadas por Nayib Bukele, presidente de El Salvador, que combina rigor policial com ampliação dos poderes do Estado.

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