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Embaixador do Brasil na Índia diz que tarifas dos EUA aproximam os dois países

O embaixador do Brasil na Índia, Kenneth Nóbrega, afirmou nesta quinta-feira, 7, que as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, vão estimular uma parceria ainda maior entre Brasil e Índia, que já está crescendo em várias áreas.
“A relação está crescendo de forma significativa e concreta em vários setores”, comentou Nóbrega durante um fórum do Lide em Mumbai, que reuniu empresários, autoridades e diplomatas dos dois países.
Segundo o embaixador, as tarifas dos EUA incentivam o Brasil a buscar novos parceiros comerciais, como a Índia, com quem mantém uma relação bilateral de quase 80 anos. Setores como energia, agricultura e defesa têm potencial para ampliar as vendas brasileiras ao mercado indiano. A Índia, por sua vez, deseja ampliar o comércio de produtos farmacêuticos, tanto medicamentos quanto insumos para remédios produzidos no Brasil.
Após a recente visita oficial do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a Brasília, uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Índia está planejada para o início do próximo ano, conforme informou o embaixador. Lula declarou recentemente à Reuters que pretende viajar acompanhado de empresários para promover negócios com a Índia. Entretanto, não há confirmação sobre o andamento dos preparativos para essa visita.
Nos últimos dois anos, a Índia recebeu 73 missões comerciais brasileiras, com destaque para empresas dos setores de energia, agricultura, defesa, farmacêuticos e digitalização, incluindo inteligência artificial.
Nóbrega destacou que, diante das altas tarifas americanas, é natural que Brasil e Índia busquem alternativas confiáveis em parceiros de longa data, onde já existem boas relações entre empresários e órgãos governamentais.
A meta anunciada por Lula é triplicar o comércio bilateral, que somou US$ 12 bilhões no ano anterior. O embaixador ressaltou o crescimento significativo dos investimentos da Índia no Brasil, que devem apoiar esse objetivo. “Atualmente, é importante focar no fluxo de investimentos mútuos, mais do que na balança comercial, que refletirá o aumento dos investimentos futuramente”, concluiu Nóbrega.

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