Economia
Embraer responde a investigação dos EUA
Em carta dirigida ao governo dos Estados Unidos, a Embraer afirmou que aplicar restrições às importações da empresa seria “contrário aos interesses americanos”.
Nesta segunda-feira, em documento enviado ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), a Embraer destacou seu papel essencial no sistema aéreo dos EUA, além dos grandes benefícios econômicos gerados pelas suas operações e subsidiárias no país.
A Embraer respondeu a uma investigação aberta contra o Brasil, onde os EUA levantam suspeitas de práticas comerciais injustas conforme a Seção 301 da Lei de Comércio americana de 1974, que permite investigações sobre práticas consideradas prejudiciais ao comércio dos EUA.
A apuração do USTR menciona seis tipos de práticas desleais atribuídas ao Brasil, envolvendo temas como acesso ao mercado de etanol, desmatamento ilegal, falhas em fiscalização anticorrupção, tarifas preferenciais, proteção à propriedade intelectual e políticas comerciais digitais, incluindo o sistema de pagamentos Pix.
O governo brasileiro tem prazo para se manifestar hoje, enquanto a Embraer esclarece que não está relacionada a nenhuma das alegações.
“A aplicação da Seção 301 para impor tarifas sobre nossos produtos e cadeias produtivas vai contra os interesses dos EUA. Reforçamos o pedido para que o governo reconheça os significativos benefícios da Embraer para os EUA e que evite tarifas ou restrições que só prejudicariam esse sucesso”, diz a carta.
Atualmente, a empresa gera 12.500 empregos no país, sendo 2.500 diretos e mais 10.000 na cadeia de fornecedores.
“Nossas aeronaves também têm papel fundamental no transporte aéreo americano, transportando cerca de 100 milhões de passageiros anualmente, o que representa cerca de 10% de todo o tráfego aéreo de passageiros nos EUA e sustentando frotas de importantes companhias aéreas americanas”, acrescenta a empresa.
Mais de 2.000 jatos comerciais da Embraer operam nos Estados Unidos, presentes em companhias como American, Delta, United e Alaska Airlines. Cerca de um terço dos voos no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, utiliza aeronaves da Embraer.
Diferentemente de outros produtos brasileiros que sofreram sobretaxa de 50%, a empresa está sujeita atualmente a uma taxa de 10%, que busca eliminar.

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