A pior semana do ano para o mercado de capitais brasileiro termina com reiteradas dúvidas sobre o desempenho da economia em 2019. A grande questão nas mesas de negociação é até onde a sucessão de más notícias na política pode levar a bolsa e o câmbio.
Ontem, o índice Ibovespa fechou na menor pontuação do ano, negociado a 90.024 pontos, numa queda de 1,75%. O dólar, por sua vez chegou superou os 4 reais pela primeira vez desde abril. Após a euforia de janeiro e fevereiro, quando ficou perto dos 100.000 pontos, o Ibovespa chega ao final de maio com uma alta acumulada de apenas 2,4%.
Não há clareza sobre até onde as duas variáveis podem chegar, mas já há certeza de que o ano será muito mais difícil do que se previa. A conjunção de fatores que reforça o pessimismo é conhecida. Combina as manifestações estudantis contra cortes na educação, a incapacidade de negociação com o Congresso e o avanço das investigações contra o filho mais velho de Jair Bolsonaro, Flávio. Ontem, o presidente trouxe a crise para dentro de seu gabinete ao pedir que o Ministério Público venha “para cima” dele, e não de seu fiho.
Mas há outra leva de preocupações no radar. Apesar de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter afirmado ontem que a Câmara e o Senado podem aprovar a reforma da Previdência em 60 dias, o recesso para as festas juninas deve dificultar ainda mais a articulação. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, já há uma movimentação em curso para substituir o líder do governo na Câmara, o inepto Major Vitor Hugo.
E há uma crescente preocupação sobre o próprio poder de a aprovação da nova Previdência inverter uma tendência de deterioração na economia. Ontem o IBGE apontou que o desemprego no estado de São Paulo chegou a 13,5%. O Banco Central admitiu a decepção com o resultado da economia, enquanto o banco BNP Paribas jogou a previsão de crescimento da economia para baixo de 1% em 2019.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login