Centro-Oeste
Empresa acusada de fraude mantém contrato milionário com a TCB

Uma empresa acusada de usar documentos falsos para justificar a ocupação de um terreno público em Ceilândia, Rodoeste Transporte e Turismo LTDA, continua mantendo contratos que somam mais de R$ 10 milhões com a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB).
De acordo com dados do Portal da Transparência, só nos primeiros sete meses de 2025, a companhia recebeu mais de R$ 10,29 milhões decorrentes dos acordos firmados com a TCB.
O Ministério Público de Contas (MPC) apontou a Rodoeste como parte de um grupo econômico suspeito de agir em conjunto com outras empresas familiares para manipular licitações e garantir contratos vantajosos com a TCB.
Apesar do volume financeiro recebido, a empresa acumula débitos na dívida ativa do Governo Federal, principalmente multas trabalhistas que ultrapassam R$ 45 mil.
No centro de diversas polêmicas, a Rodoeste enfrenta investigações no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) por possíveis irregularidades em seus contratos públicos.
Documento falso e ocupação irregular
Em junho, foi denunciado que a Rodoeste utilizou um documento falso para justificar sua presença em um terreno público no Parque Pequizeiro, área protegida em Ceilândia. A Codhab negou a autorização da ocupação, declarando que qualquer documento nesse sentido seria fraudulento e passível de denúncia à Polícia Civil do Distrito Federal.
Apesar do documento falso e da negativa oficial, a empresa permaneceu no local mesmo após a Terracap revogar a concessão e estabelecer prazo para desocupação. Atualmente, o terreno é utilizado como garagem para ônibus.
Histórico de fraude e esquema criminoso
Ronaldo de Oliveira e sua família têm contratos públicos desde pelo menos 2018, ano em que uma licitação envolvendo a Rodoeste foi anulada por suspeita de fraude. Apesar disso, mandados de segurança permitiram que os contratos fossem mantidos.
Durante a Operação Trickster, foram investigadas fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público de Brasília, envolvendo desvio bilionário. Entre os presos preventivamente estavam Soraya Gomes da Cunha e Ronaldo de Oliveira.
Mesmo com os empresários afastados, as empresas continuaram operando usualmente, com ônibus e garagens vigiadas.
Investigação revelou que Ronaldo desenvolveu um esquema sofisticado para lavar mais de R$ 31 milhões, usando laranjas e movimentações financeiras que incluem supermercados e contas em nome de familiares, incluindo filhos menores.
Além disso, o grupo teria corrompido um analista do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que auxiliava a organização criminosa por meio do repasse de informações sigilosas e recebimento de transferências bancárias.
Defesa
A TCB foi procurada para comentar o caso, mas não respondeu até a atualização desta reportagem. A Rodoeste Transporte e Turismo LTDA também foi contactada e optou por não se manifestar no momento. O espaço segue aberto para quaisquer esclarecimentos futuros.

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