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Empresários de São Paulo buscam Tarcísio e Alckmin para revogar tarifa dos EUA

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Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, embora sejam adversários políticos, estão sendo procurados por empresários paulistas que sofrem com o impacto da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos exportados pelo Brasil.

Produtores rurais e industriais acreditam que ambos possam colaborar para uma solução pacífica, mesmo que a responsabilidade oficial seja do Itamaraty.

O jornal O Globo apurou que representantes influentes estão enviando relatórios à administração estadual detalhando as perdas econômicas provocadas pelo aumento tarifário, apoiando a iniciativa de Tarcísio para dialogar com autoridades americanas, e inclusive cogitando um possível envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar convencer Trump a desistir da medida.

Tarcísio se reuniu em Brasília com Gabriel Escobar, da embaixada dos EUA, fortalecendo a interlocução técnico-política em prol dos interesses de São Paulo.

Por outro lado, aliados de Bolsonaro criticam a postura nos bastidores, argumentando que isso pode prejudicar o grupo, enquanto setores empresariais estão divididos entre apoiar a iniciativa e evitar a politização do tema.

Um parlamentar bolsonarista, que preferiu não se identificar, afirmou que Tarcísio estaria tentando assumir um protagonismo indevido e que a responsabilidade maior recai sobre o governo federal e o STF, reforçando que o foco de Tarcísio deveria ser na redução de tributos estaduais.

O economista Roberto Giannetti da Fonseca, ex-secretário da Camex e ex-diretor da Fiesp, considera que a iniciativa de Tarcísio é inadequada, pois mistura a discussão econômica com disputas eleitorais prematuras, prejudicando o resultado efetivo.

Segundo ele, a negociação deve ocorrer entre Brasil e EUA em alto nível, com Alckmin liderando o grupo brasileiro nas tratativas, sem espaço para polarização política.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, vê com bons olhos a articulação técnica e livre de radicalismos, considerando que Tarcísio tem legitimidade para influenciar o governo americano devido à relevância econômica do estado de São Paulo, enquanto o governo federal deve buscar soluções diplomáticas.

A diretoria da Faesp avalia enviar ofícios a Alckmin e ao Itamaraty para encaminhar a questão.

O secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, alinha-se à visão que a melhor estratégia é mostrar que os EUA também serão afetados pela elevação dos preços de produtos importados, como o suco de laranja, do qual São Paulo é maior produtor, e outras commodities como carne bovina e café.

Piai afirma que o aumento tarifário prejudica o agronegócio brasileiro, reduz a competitividade, gera excesso de oferta e desemprego, mas também encarece produtos nos EUA, o que impacta negativamente a inflação local.

Em reunião com o representante da embaixada americana, um participante explicou que a iniciativa de Tarcísio não busca abrir negociação paralela, mas defender os interesses paulistas. O governador tem sido criticado após celebrar a eleição de Trump e usar símbolos associados ao movimento “Make America Great Again”.

O interlocutor enfatizou que a conversa visa criar um canal de diálogo focado em empresas e empregos, sem entrar na política partidária, dado que a negociação formal é papel do Itamaraty.

Empresários paulistas consideram que um confronto direto com os EUA pode agravar ainda mais os problemas das cadeias produtivas, elevando custos de insumos químicos e sementes.

O presidente Lula já sinalizou que poderá adotar medidas de retaliação caso o impasse persista até 1º de agosto, quando a tarifa começaria a vigorar.

Alguns setores sugerem isenção de ICMS para mitigar os efeitos, mas a Secretaria da Fazenda ainda não avaliou a proposta. O secretário responsável não atendeu aos pedidos de entrevista.

Documentos oficiais indicam preocupação com a volatilidade e a instabilidade do mercado externo, que elevam os custos de produção e impactam a inflação, comprometendo o crescimento econômico paulista.

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