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Economia

Empresas alertam sobre impacto econômico ao aumentar limite de passageiros no Santos Dumont

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Em meio a debates sobre o aumento do número máximo de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, localizado no Centro do Rio, que tem influência direta na recente revitalização do Aeroporto Internacional do Galeão, na Zona Norte da cidade, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) expressaram preocupações acerca de uma possível mudança nas regras atuais.

Para essas entidades, o aumento do volume de passageiros no Santos Dumont pode desestabilizar não apenas a distribuição dos voos entre os dois aeroportos, mas também afetar as economias do estado do Rio e do país.

Firjan e Fecomércio-RJ emitiram suas posições logo após o prefeito do Rio, Eduardo Paes, manifestar que o movimento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para revisar a limitação de passageiros no Santos Dumont contraria os esforços do governo federal para promover o crescimento do Galeão.

Atualmente, estes aeroportos operam de maneira coordenada, com uma limitação de 6,5 milhões de passageiros por ano no Santos Dumont. A Anac está agora discutindo com companhias aéreas a possibilidade de alterar esse teto.

Desde a adoção dessa limitação, ao fim de 2023, o Galeão apresentou um crescimento significativo no número de passageiros, com alta de 21,6% entre janeiro e outubro deste ano, além de um aumento de 46,3% no transporte de cargas, ambos acima da média nacional.

O aumento no limite de passageiros no Santos Dumont pode, contudo, prejudicar essa tendência e afetar o transporte aéreo de cargas, uma vez que grande parte do transporte de carga aérea utiliza o bagageiro de aviões de passageiros. Isaque Ouverney, gerente de Infraestrutura da Firjan, destaca que a maior disponibilidade de voos internacionais favorece a competitividade do frete, essencial para a indústria exportadora e importadora.

Fecomércio-RJ argumenta que a limitação vigente assegura segurança e eficiência operacional, além de minimizar impactos urbanos e manter o equilíbrio com o Galeão, enquanto uma flexibilização poderia prejudicar o planejamento setorial e gerar incertezas regulatórias.

Em nota, a Fecomércio-RJ ressalta que o equilíbrio entre Santos Dumont e Galeão é uma questão estratégica de interesse nacional com impactos relevantes para o turismo, a economia, a geração de empregos e atração de investimentos.

Isaque Ouverney acrescenta a importância de considerar o benefício econômico do Rio de Janeiro como um todo, mencionando um estudo de 2021 que apontava um potencial de injeção de 4,5 bilhões de reais anuais com uma melhor coordenação dos aeroportos e seus setores dependentes do transporte aéreo.

A Gol, por sua vez, defende o modelo atual, afirmando que a operação conjunta dos aeroportos potencializa a conectividade aérea, favorecendo negócios, turismo e geração de empregos. A companhia destacou seus investimentos no Rio, a operação de mais de 30 rotas e um total de 240 operações desde a mudança da política pública.

Eduardo Paes comentou que forças não identificadas estariam agindo na Anac para alterar a política que visa restringir voos no Santos Dumont com o objetivo de fortalecer o Galeão, aeroporto crucial para o desenvolvimento regional e nacional.

Quanto à posição do governo federal, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que eventuais mudanças acontecerão gradualmente, com previsão de início no último trimestre de 2026. Contudo, em entrevista recente, ele afirmou que o volume de passageiros no Santos Dumont deve crescer entre 1 milhão e 1,5 milhão já no próximo ano.

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