Empresas exportadoras de madeira demitiram 4 mil trabalhadores devido a tarifa dos EUA

O setor madeireiro brasileiro enfrenta dificuldades significativas após a imposição de uma tarifa de 50% pelo governo dos Estados Unidos sobre as exportações do Brasil. As indústrias da área já registraram a demissão de 4 mil funcionários.

Além dos desligamentos, aproximadamente 5,5 mil trabalhadores foram colocados em férias coletivas e cerca de 1,1 mil estão em layoff, situação que suspende temporariamente os contratos de trabalho.

Esses dados foram coletados em pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), entre 9 de julho, data do anúncio da tarifa, e a última segunda-feira.

A entidade alerta que, caso essa situação tarifária continue, quantidades adicionais de postos de trabalho, estimadas em 4,5 mil, podem ser extintas em até 60 dias.

As empresas estão concentradas principalmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e juntas sustentam cerca de 180 mil empregos diretos.

Os Estados Unidos absorvem metade da produção brasileira de madeira, com certos segmentos totalmente dependentes do mercado americano. Em 2023, as exportações do setor alcançaram US$ 1,6 bilhão.

Desde o anúncio das tarifas, as fábricas vêm sentindo seus efeitos: em julho, houve cancelamento de embarques e contratos.

De acordo com a Abimci, a incerteza gerada pela tarifa impactou negativamente o fechamento de novos negócios. As exportações em agosto apresentaram quedas entre 35% e 50% no volume enviado aos EUA para os principais produtos madeireiros, comparado a julho.