Economia
Empresas familiares compartilham aprendizados no Conselho de Liderança
O Conselho de Lideranças Familiares da CFEG Recife possibilita aos seus membros discutir, de forma transparente, os desafios relacionados à sucessão, gestão e convivência entre família e empresa, sempre baseando-se em experiências reais.
O mais jovem membro do grupo, Arlindo Lins, 29 anos, dos Postos Pichilau, conta que participar do Conselho representa um ‘olhar para o futuro’ do seu próprio negócio.
Embora atue formalmente na empresa há cinco anos, ele cresceu imerso no ambiente corporativo familiar, o que moldou sua visão sobre gestão e legado. “Ser parte de uma empresa familiar é diferente, pois os valores familiares se entrelaçam com os da empresa”, explica.
Para Arlindo, estar cercado por profissionais da segunda e terceira geração das empresas amplia sua preparação para liderar.
“A troca de experiências neste grupo tem um enorme potencial para ser valiosa, inspiradora e profunda. Isso me ajudará a antecipar problemas e, com resiliência e a bagagem familiar, estarei melhor preparado para superar os obstáculos que surgem em qualquer negócio”, destaca.
Ele também acredita que ouvir os relatos de seus colegas permitirá revisitar sua própria história: “Poderei compreender como meus pais e tios enfrentaram os desafios que passaram.”
Roberta Ávila Maranhão, 45 anos, da Clínica Lucilo Ávila, reforça que o Conselho oferece um tipo de aprendizado que raramente se encontra em cursos tradicionais.
“Embora tenhamos idades diferentes, estamos alinhados no grupo”, afirma. Segundo ela, o valor do processo está na experiência compartilhada: “Vamos trocar vivências que vão além da teoria, falando da vida real, na prática. O trabalho desenvolvido terá resultados concretos.”
Roberta destaca que o Conselho contribui diretamente para o amadurecimento do processo de sucessão. Ela também reconhece a força da nova geração no grupo: “Essa geração já nasce conectada, é ágil, dialoga com naturalidade e conquista seu espaço de fala.”
Trabalhar com pessoas jovens traz enormes benefícios, pois eles são muito bem informados, analisa. Ela enfatiza ainda a importância de separar pessoa física da jurídica na estrutura da empresa, o que considera fundamental para profissionalizar e organizar o negócio familiar.
As experiências dos integrantes refletem o propósito do Conselho de incentivar o protagonismo e fortalecer a governança das empresas familiares, conforme aponta a CFEG.
Oficialmente criado em novembro, o grupo reúne 12 representantes de famílias empresárias convidadas, todos atuantes nos negócios, ainda que sob a liderança da geração anterior. Durante 2026, os encontros serão realizados trimestralmente.
Segundo Elane Cabral, sócia regional da CFEG, o Conselho foi estruturado para fornecer um ambiente seguro e confidencial, onde sucessores possam compartilhar dúvidas e desenvolver soluções conjuntas.
Também sócio regional, Antônio Jorge Araújo destaca que a participação é limitada a um membro por família, garantindo diversidade e fortalecendo conexões valiosas entre os participantes.
Com essa iniciativa, a CFEG amplia sua presença no Nordeste e oferece maior suporte às empresas familiares, que são pilares da economia regional. Para os membros, o maior impacto já é sentido no presente: a chance de aprender, refletir e amadurecer juntos, preparando-se com mais segurança para os desafios futuros da liderança.


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