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Economia

Empresas precisam se adaptar ao novo modelo fiscal da Reforma Tributária

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Com o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional, empresas dos setores de serviços e indústria devem estar preparadas: as novas diretrizes para emissão de notas fiscais serão uma das principais mudanças que exigirão ajustes no mercado, conforme apontam especialistas.

José Henrique Lopes, sócio de Tax na CLA Brasil e especialista em Direito Tributário e Contabilidade, explicou que, mesmo com a implementação gradual das normas, entre 2026 e 2033, o período de transição já se iniciou, e as empresas precisam revisar seus processos e atualizar seus sistemas de gestão financeira, como ERPs, SAP e TOTVS.

Referência em serviços profissionais e parte da rede internacional CLA Global, a CLA Brasil tem acompanhado de perto as necessidades do mercado, auxiliando empresas de diferentes tamanhos e segmentos no ajuste às mudanças da reforma.

Lopes destaca que as companhias estão realizando análises detalhadas e planejamentos estratégicos para os próximos cinco anos. Os ajustes técnicos para emissão de notas fiscais serão prioritários, mas também há um estudo aprofundado dos impactos em áreas internas, relações com investidores e fornecedores, além de possíveis mudanças em centros logísticos e distribuição.

Mudanças previstas

A reforma tributária propõe a unificação e simplificação de tributos como COFINS, ICMS, ISS e PIS, que passarão a compor um IVA dual, composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), um imposto subnacional, e o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), tributo nacional geridos por um comitê gestor.

O texto também prevê a criação do Imposto Seletivo (IS), regulatório, semelhante ao IPI. Além disso, IPI e IOF-Seguros terão suas alíquotas reduzidas a zero até o fim do período de transição, com extinção completa prevista.

Vitor Pina, executivo que lidera a área de reforma tributária da CLA Brasil, explica que os novos tributos serão aplicados simultaneamente com os atuais e terão alíquotas simbólicas inicialmente em 2026, aumentando gradativamente até 2033.

Pina ressalta que, além da padronização das alíquotas, outras alterações legislativas impactarão a economia nacional. O novo mecanismo de arrecadação, chamado split payment, que separa automaticamente o valor do imposto no momento do pagamento, promete reduzir a sonegação fiscal, embora possa incentivar a informalidade, o que o governo planeja enfrentar.

Impacto nos setores

Especialistas da CLA Brasil indicam que, embora os setores de serviços e indústria sejam os mais afetados pela reforma, há preocupação em outros segmentos como comércio, finanças e agronegócio, que receiam aumento da carga tributária, já que atualmente pagam valores inferiores às alíquotas padrão dos novos impostos CBS e IBS.

Lopes destaca que regimes simplificados e isenções beneficiam o agronegócio, enquanto o comércio opera com alíquotas efetivas baixas, o que pode mudar com a nova legislação.

Internamente, a adaptação exigirá colaboração entre áreas, especialmente tecnologia, suprimentos, vendas, contabilidade e tributos. Conforme Pina, o setor de tecnologia precisará assegurar a operação eficaz dos sistemas frente aos dois modelos tributários, enquanto suprimentos terá que entender os novos valores dos produtos e as transformações no mercado.

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