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Encontro entre Lula e Kirchner domina reunião do Mercosul na Argentina

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A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua aliada política Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar em Buenos Aires, é o foco principal na reunião do Mercosul na Argentina nesta quinta-feira (3).

A ex-presidente (2007-2015), que foi condenada a seis anos de prisão e impedida de ocupar cargos políticos, lidera o Partido Justicialista e desafia o atual presidente Javier Milei, que é o anfitrião do encontro regional.

O encontro, autorizado pela Justiça para acontecer no mesmo dia da cúpula presidencial, está previsto para a tarde, segundo fontes do governo brasileiro à AFP, intensificando a já delicada relação entre Lula e Milei.

O presidente da Argentina deverá transmitir ao Brasil a presidência temporária do bloco, que integra também Uruguai, Paraguai e Bolívia como membros completos.

A agenda do presidente Lula não inclui reuniões bilaterais com Milei nesta sua primeira visita à Argentina desde que o líder ultraliberal assumiu o governo em dezembro de 2023.

Conflito ideológico

Milei, defensor do ultraliberalismo e da eliminação total do Estado, é um admirador declarado do ex-presidente dos EUA Donald Trump.

Ele já qualificou Lula como “ladrão” e “corrupto”, acusações que foram desconsideradas pelo presidente brasileiro como “bobagem”.

Os dois líderes têm evitado encontros em eventos multilaterais recentes, como na Conferência dos Oceanos da ONU em Nice e na cúpula do G20 no Rio de Janeiro em 2024.

No entanto, apesar das tensões políticas, o comércio entre os países do bloco tem continuado e aumentado.

O chanceler argentino, Gerardo Werthein, declarou à AFP que o bloco aprovou um documento final por consenso, incluindo o apoio unânime à reivindicação da Argentina pela soberania das Ilhas Malvinas na disputa com o Reino Unido.

As conversações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio, formada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, foram concluídas na quarta-feira, o que beneficiará o comércio entre ambos os blocos.

Um memorando de entendimento para integrar a região no setor de gás também foi assinado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a surpresa ao encontrar um ambiente cooperativo durante a reunião dos ministros da região e presidentes dos bancos centrais.

A cúpula irá reafirmar a importância do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, firmado em dezembro do ano passado após 25 anos de negociações, que ainda precisa ser ratificado pelos países europeus, enfrentando oposição da França.

Os encontros oficiais iniciarão às 9h30 (horário local e de Brasília) e contarão com a presença dos presidentes Milei, Lula, Santiago Peña (Paraguai), Yamandú Orsi (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia). O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, participará como representante de estado associado ao grupo.

Aliados políticos

Cristina Kirchner, de 72 anos, recebeu autorização judicial para a visita do presidente Lula.

Sua prisão domiciliar é cumprida em um apartamento na capital argentina, onde só podem visitá-la familiares, médicos e advogados.

O documento da Justiça indica que a visita deve seguir regras estritas para não perturbar a tranquilidade do bairro, um desafio dada a popularidade dos dois líderes.

O local onde Kirchner cumpre sua pena virou ponto diário de manifestações de seus apoiadores.

A ex-presidente frequentemente aparece na varanda do apartamento para saudar seus seguidores.

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