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Encontro entre Putin e Zelensky para paz na Ucrânia fica difícil

As chances de uma reunião entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodimir Zelensky, diminuíram nesta sexta-feira (22). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou cansaço com os esforços pela paz, enquanto Moscou rejeitou as tentativas de acabar com o conflito.
Na segunda-feira, Trump havia criado expectativas ao dizer que Putin e Zelensky tinham concordado em se encontrar, mas na sexta-feira afirmou que esse encontro é tão difícil quanto misturar "óleo e vinagre".
"Vamos ver se Putin e Zelensky irão cooperar. É um pouco como óleo e vinagre. Eles não se entendem muito bem, por motivos óbvios", disse Trump aos jornalistas em Washington.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, também descartou a reunião, dizendo que não há "nenhum encontro planejado" entre os líderes desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Trump declarou aos repórteres que a Rússia pode enfrentar sanções severas, ou talvez nada aconteça.
"Para dançar tango, são necessárias duas pessoas", comentou o presidente no Salão Oval.
Trump disse que terá "duas semanas" para decidir sobre o futuro das tentativas de paz na Ucrânia.
"Será uma decisão muito importante, podendo incluir sanções, tarifas pesadas, ambos, ou nenhuma ação e somente dizer: ‘É problema de vocês’", afirmou.
Reunião em espera
No Salão Oval, o bilionário de 79 anos mostrou uma foto com Putin de sua reunião no Alasca na semana anterior, dizendo que a imagem foi enviada pelo líder russo.
"Vou autografá-la", disse Trump.
Após encontrar Putin, o presidente americano se reuniu com Zelensky na segunda-feira na Casa Branca.
Ele deseja que ambos se sentem juntos à mesa, mas o encontro parece incerto.
Questionando a legitimidade de Zelensky, o chefe da diplomacia russa reiterou as posições do Kremlin.
Putin "está disposto a se reunir com Zelensky quando uma agenda estiver definida", afirmou Lavrov à NBC News.
"Essa agenda ainda não está pronta", completou o ministro russo.
Durante visita a Kiev, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, pediu garantias sólidas de segurança para a Ucrânia, para que a Rússia respeite um acordo de paz e para impedir uma nova invasão.
As garantias de segurança são centrais nas negociações diplomáticas lideradas por Washington que buscam encerrar o conflito que está próximo do quarto ano.
"Estamos definindo isso agora para garantir que a Rússia nunca mais tente tomar um centímetro do território ucraniano", disse Rutte ao lado de Zelensky.
Trump, que recebeu Rutte e líderes europeus com Zelensky na Casa Branca, afirmou que a Rússia concordou com algumas garantias de segurança para Kiev.
Caminho incerto
No entanto, Moscou contradisse essas negociações. Lavrov declarou que discutir garantias sem a Rússia é "um caminho sem saída".
Zelensky afirmou não entender quem estaria ameaçando a Ucrânia, e deseja a presença de tropas estrangeiras para impedir novos ataques russos.
Na quinta-feira, ataques russos destruíram um complexo industrial americano em Mukachevo, no oeste da Ucrânia.
Trump respondeu aos jornalistas que não está satisfeito com a situação.
A Rússia também lançou na quinta 574 drones e 40 mísseis contra a Ucrânia, o maior ataque das últimas semanas.
"Não estou contente com nada relacionado à guerra", acrescentou o presidente americano.

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