Economia
Ensino superior aumenta salário em 15 anos, diz estudo

Uma pesquisa nacional revelou que a educação formal tem uma influência significativa na renda dos trabalhadores brasileiros, antecipando em cerca de 15 anos o nível salarial médio daqueles que têm apenas o ensino médio.
O levantamento, realizado pela empresa de soluções educacionais Unico Skill, analisou dados da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do segundo trimestre de 2025 e do Censo Escolar 2024 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para entender o impacto da escolaridade na evolução da renda ao longo da vida profissional.
Segundo os dados, o salário médio de quem possui ensino superior (R$ 6.522) equivale ao que um trabalhador com ensino médio (R$ 2.509) só alcançaria após 15 anos de experiência profissional, considerando um reajuste médio anual de 6,35%, que corresponde à variação do salário mínimo na última década.
A análise demonstra que a graduação adianta uma década e meia de progresso financeiro e amplia o acesso a cargos de maior responsabilidade e autonomia.
“Essa vantagem de 15 anos tem um impacto profundo na trajetória de qualquer pessoa, pois amplia as perspectivas para o futuro e abre portas que ficariam fechadas por muito tempo. Isso significa acesso a posições de liderança, desafios maiores e a possibilidade de dirigir a própria carreira desde cedo”, explica a pesquisadora formada pelo Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros e líder de projetos estratégicos da Unico Skill, Isabela Melnechuky Cavalcanti de Albuquerque.
Desigualdade salarial e escolaridade
O estudo também aponta que a diferença de rendimento aumenta conforme o nível de escolaridade avança. Quem concluiu o ensino fundamental (R$ 2.137) precisaria de 18 anos para atingir o salário médio de um graduado, enquanto quem não possui instrução formal (R$ 1.662) necessitaria de 22 anos para alcançar esse valor.
“Os dados confirmam que a educação é o meio mais eficaz para o brasileiro melhorar sua renda”, comenta Isabela.
“Isso fica ainda mais evidente diante das mudanças tecnológicas atuais. As empresas valorizam cada vez mais profissionais com capacidade analítica, pensamento crítico e adaptabilidade, e estudar é a forma mais eficiente de desenvolver essas competências”.
Os dados indicam que a média salarial cresce 28,6% ao passar do analfabetismo para o ensino fundamental, 14,6% do fundamental para o médio e 159,9% do médio para o superior.
Na prática, quem termina a graduação ganha, em média, 2,7 vezes mais do que quem parou no ensino médio e quase quatro vezes mais (292,4%) do que quem não estudou.
Isabela destaca que o benefício da qualificação começa antes mesmo de concluir o curso superior.
“Quanto mais o profissional se especializa, mais ele se torna parte de um grupo restrito e valorizado no mercado. O interessante é que essa valorização ocorre antes de receber o diploma”, observa.
“O aprendizado é um processo contínuo que começa no primeiro dia de aulas, não na cerimônia de formatura”.
A importância de continuar estudando
Os números indicam que cada ano de estudo representa um ganho potencial de renda: 2,8% no ensino fundamental, 4,7% no médio e 27% no superior, de acordo com o ritmo médio de crescimento salarial em cada nível. Essa progressão reforça a relevância do lifelong learning, que é a prática de manter o aprendizado ao longo da vida profissional.
Além dos ganhos financeiros, o estudo mostra que a educação também diminui o risco de desemprego. Profissionais com ensino superior completo têm menos da metade da probabilidade de ficarem desempregados em comparação aos que só concluíram o ensino médio (3,5% contra 8%), e o índice é até seis vezes menor em relação a quem não terminou o ensino fundamental (3,5% contra 21,1%).
Informações obtidas por meio da assessoria.

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