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Entenda a decisão do STF que condenou Bolsonaro

Após uma longa sessão de 13 horas, na qual foi revelado o voto divergente de Luiz Fux, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retornou aos trabalhos na quinta-feira com mais tranquilidade e expectativa. Esta sessão prometia definir a maioria necessária para condenar os oito acusados na trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Quando a sessão foi iniciada, por volta das 14h22, todas as atenções voltaram-se para a ministra Cármen Lúcia, cujo voto — o quarto na sequência — poderia determinar o resultado e assegurar a condenação dos réus.
Enquanto a ministra começava a expor seu entendimento, Fux permanecia com a cabeça baixa do outro lado da bancada, observando o voto da colega. Na plateia, duas presenças inéditas até então chamavam atenção: o ministro decano Gilmar Mendes e a irmã da ministra, Maria Luiza, sentados lado a lado em frente a Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes.
Em um determinado momento, Moraes fez um gesto com a cabeça para Gilmar Mendes, sinalizando apoio e respeito. O decano, que integra a Segunda Turma do tribunal, tem grande influência interna.
A atmosfera da sessão desta quinta foi diferente do dia anterior. Na quarta-feira, o voto de Fux foi dado em silêncio, sem comentários dos colegas a seu pedido. Já nesta quinta, interrupções frequentes permitiram manifestações variadas, inclusive de Moraes, que utilizou slides e vídeos, incluindo uma gravação de Bolsonaro em 7 de setembro de 2021, além de brincadeiras e indiretas voltadas para o voto de Fux, que permaneceu cabisbaixo.
O plenário estava mais cheio que no dia anterior, com conversas até em inglês e espanhol, refletindo o interesse da imprensa internacional. Contudo, parlamentares de direita não estiveram presentes; os governistas Ivan Valente e Lindbergh Farias acompanharam a sessão pela televisão pelo terceiro dia consecutivo.
Por volta das 16h54, a postura reservada de Fux começou a mudar. O ministro Dino, sentado ao seu lado, o cutucou e os dois passaram a conversar e gesticular em tom descontraído, mantendo essa interação até o fim da sessão, que foi contínua, sem intervalos.
Logo após o anúncio da condenação de Bolsonaro e dos outros sete réus, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, chegou ao plenário para participar do encerramento, demonstrando apoio institucional.
Barroso inicialmente sentou-se na plateia, ao lado dos advogados de Bolsonaro, mas logo foi convidado a ocupar o lugar da secretária da Turma, ao lado do advogado Zanin. A troca de lugares foi motivo de brincadeiras, com Moraes comentando ser a primeira vez que o presidente do STF exercia a função de secretário: “Um dia histórico”.

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