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Entregadores protestam na porta de evento iFood em São Paulo

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Dezenas de entregadores realizaram uma manifestação na terça-feira (5/8), durante a abertura do iFood Move, um grande evento do aplicativo realizado na São Paulo Expo, no sul da capital paulista. Motoboys e ciclistas de várias entidades representativas da categoria protestaram contra as condições precárias de trabalho e reivindicaram a aprovação do Projeto de Lei 2479/2025, conhecido como “PL do Breque”, que visa regulamentar a atividade de entrega.

O iFood Move reúne executivos do setor, donos de bares e restaurantes, além de convidados especiais como o recordista mundial Usain Bolt e o mesatenista Hugo Calderano. Os ingressos, vendidos por valores acima de R$ 1.000 por dia, estavam esgotados.

O “PL do Breque” propõe um piso de R$ 10 por entregas de até 4 km, com acréscimo de R$ 2,50 para cada quilômetro adicional, além de R$ 0,60 por minuto de espera na retirada ou entrega após o décimo minuto. Atualmente, em cidades como São Paulo, o valor básico pago é de R$ 7 para ciclistas e R$ 7,50 para motoboys.

Pouco antes do protesto começar, o iFood ofereceu um adicional de R$ 5 por entrega realizada entre 10h e 12h59 na capital paulista. Entretanto, representantes dos entregadores denunciam que em cidades do interior o aplicativo paga uma tarifa reduzida, entre R$ 3,30 e R$ 3,50 por entrega, o que é visto como injusto pela categoria.

Edgar Francisco da Silva, conhecido como Gringo, presidente da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil (Amabr) e membro do Comando Nacional do Breque, relata que o sistema aplicado força o entregador a trabalhar com horários fixos e menor remuneração por entrega, além de não possibilitar negociação sobre preços ou condições de trabalho. Segundo ele, muitos preferem não virar CLT devido à baixa valorização do serviço, porém, a autonomia prometida pelo aplicativo não é real.

Os entregadores reivindicam a criação de uma convenção coletiva para estabelecer reajustes e condições trabalhistas justas, incluindo remuneração mínima, ajustes anuais e pagamento por quilometragem e tempo de espera, conforme previsto no PL 2479.

Durante o protesto, as contradições entre a ostentação do evento do iFood, com celebridades e ingressos caros, e a dura realidade enfrentada pelos entregadores foram destacadas através de faixas e palavras de ordem. A categoria também responsabilizou o aplicativo por acidentes de trânsito e denunciou a situação como uma forma de “escravidão moderna”. Em meio à manifestação, os entregadores fizeram um churrasco no estacionamento da São Paulo Expo, enquanto a Polícia Militar acompanhava o ato de perto.

Em resposta, o iFood afirmou respeitar o direito à manifestação pacífica e destaca que desde 2019 mantém canais de diálogo frequentes para melhorar as condições dos entregadores. A empresa reforçou seu compromisso com a criação de uma agenda constante de conversa com trabalhadores e representantes do setor para promover avanços em dignidade, ganhos e transparência para esses profissionais.

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