Mundo
Equador para exportação de petróleo por causa de oleodutos parados

Equador interrompeu a venda de petróleo por conta da paralisação, iniciada na terça-feira, das operações de seus dois oleodutos principais, que estão ameaçados por danos causados pelas intensas chuvas na região amazônica, informou nesta quinta-feira o gerente da empresa estatal Petroecuador, Leonard Bruns.
Em 2024, o país extraiu cerca de 475 mil barris diários de petróleo dos campos amazônicos, dos quais 73% foram destinados à exportação. A economia do Equador é bastante vulnerável, dependendo significativamente da renda proveniente da venda de petróleo, que naquele ano gerou aproximadamente US$ 8,647 bilhões, equivalente a cerca de 7% do PIB.
Bruns declarou para a imprensa que a empresa declarou “força maior” para o Sistema de Oleoduto Transequatoriano (Sote), o principal oleoduto do país, que, juntamente com o Oleoduto de Petróleo Pesado (OCP), está em risco devido à erosão provocada pelas chuvas nas margens dos rios que cruzam.
Essa medida permite suspender as exportações até que uma alternativa seja encontrada para desviar o trajeto do Sote, atualmente em desenvolvimento pelos técnicos responsáveis.
Os especialistas estão trabalhando na criação de rotas alternativas para os oleodutos, que seguem trajetos quase paralelos, com o intuito de restabelecer o transporte do petróleo até os portos do Pacífico o mais breve possível.
Anteriormente, Bruns já havia indicado que as vendas seriam afetadas pela interrupção do transporte, que já resultou em uma redução de 132.500 barris diários na produção entre terça e quarta-feira, em razão do fechamento de muitos poços devido à falta de tanques para armazenamento nos campos.
O Sote, que tem capacidade para transportar 360 mil barris diários e responde por 60% da produção, sofreu uma ruptura enquanto o transporte estava interrompido. O OCP, no qual o Estado detém participação majoritária, pode transportar até 450 mil barris diários.
Em virtude das condições climáticas adversas, com chuvas intensas e previsão de continuidade até pelo menos 18 de julho na Amazônia, as autoridades não esperam uma solução imediata para restabelecer o transporte do petróleo.
Desde o início do ano, as chuvas fortes causaram 52 mortes, deixaram cerca de 61 mil pessoas desabrigadas e destruíram mil residências, conforme dados da Secretaria de Riscos.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login