Servidores da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sobradinho, no Distrito Federal, estão proibidos de informar aos pacientes sobre a falta de médicos na unidade. O documento assinado pelo gerente-geral da UPA, Daniel Matos Vidal, foi distribuído aos gestores de cada setor nesta terça-feira (12) e vale por tempo indeterminado.
Em nota, a Secretaria de Saúde diz que a medida foi tomada para “evitar a desinformação (ou informação incorreta) e preservar o direito de o paciente ser atendido”.
Segundo a pasta, servidores estavam “prestando um desserviço à população ao informar da falta de médicos na unidade, quando havia profissionais prestando atendimento”.
A medida vale apenas para a UPA de Sobradinho, até o momento. Na circular, a gerência geral da unidade afirma que “a atribuição [de comunicar falta de médicos] é restrita aos supervisores de emergência]”.
Sabotagem
Daniel Vidal afirmou que apura uma denúncia de suposta sabotagem cometida por servidores. “Já tínhamos uma suspeita, mas não conseguíamos comprovar. No dia 1º, uma paciente veio se consultar e não conseguiu, reclamou na ouvidoria que não tinha médico. Eu estava aqui, tínhamos quatro médicos”, diz o gerente-geral da UPA.
Segundo ele, não houve nenhuma ocasião de falta total de médicos nos últimos meses. Em alguns casos, apenas um profissional estava disponível e, por isso, foi preciso concentrar atendimentos na sala vermelha, onde ficam os pacientes de emergência.
Vidal diz que a circular emitida é “normal” e tenta coibir a dispersão desse tipo de “mentira”. Questionado sobre a efetividade da medida, ele diz acreditar que o documento será suficiente para garantir a correção das informações. “A pessoa já sabe que está fazendo algo errado, quando mente ao paciente. O importante é que o paciente saiba a quem buscar”, diz.
As unidades de pronto-atendimento oferecem atendimento nas especialidades de clínica médica, pediatria e odontologia. Desde o último 27, quando o Hospital Regional de Sobradinhodeixou de oferecer clínica médica no pronto-socorro, a UPA da região concentra todos os atendimentos deste tipo.
A mudança é uma tentativa de desafogar o atendimento de outras especialidades no hospital, segundo a Secretaria de Saúde. Apesar disso, não houve reforço na equipe da UPA, que atua com três médicos por turno.
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