Mundo
Escândalo com monges na Tailândia envolve chantagem e vídeos

A polícia na Tailândia prendeu na última terça-feira (15) uma mulher acusada de seduzir monges budistas para se envolverem em relações sexuais e posteriormente extorqui-los por grandes quantias em dinheiro para manter segredo sobre o relacionamento.
Este episódio, que viola a regra do celibato dos monges, abalou as instituições budistas e chamou a atenção do público recentemente. Ao menos nove monges seniores e abades foram destituídos e expulsos do monastério, conforme comunicado do Escritório Central de Investigação da Polícia Real Tailandesa.
Wilawan Emsawat, com cerca de 30 anos, foi detida em sua residência na província de Nonthaburi, ao norte de Bangkok, sob acusações de extorsão, lavagem de dinheiro e posse de bens ilícitos. A polícia rastreou fundos enviados a ela por um monge sênior a partir de uma conta bancária ligada ao seu templo no norte da Tailândia.
Wilawan não comentou após a prisão e não se sabe se está representada por advogados. Antes de ser presa, ela admitiu o relacionamento e afirmou ter dado dinheiro ao monge.
Escândalos envolvendo monges surgem eventualmente na Tailândia, porém raramente envolvem membros seniores do clero. O caso destaca o contraste entre as grandes doações financeiras aos templos e a vida austera exigida pelos preceitos religiosos.
A polícia informou que Wilawan mirava monges influentes para obter vantagens financeiras e descobriu que diversos monges transferiram valores significativos após começarem relações amorosas com ela.
As contas bancárias de Wilawan receberam aproximadamente 385 milhões de baht (cerca de 11,9 milhões de dólares) nos últimos três anos. Contudo, a maior parte dos recursos foi gasta em sites de jogos de azar online.
Jaroonkiat Pankaew, vice-comissário do Escritório Central de Investigação, explicou que a apuração começou no mês anterior, quando um abade de um renomado templo em Bangkok deixou seu cargo abruptamente.
Os investigadores descobriram que esse abade foi chantageado por Wilawan em virtude do relacionamento. Ela teria dito ao monge que estava grávida e exigido 7,2 milhões de baht (222 mil dólares) em ajuda financeira. A polícia ressalta que considera Wilawan uma pessoa perigosa e priorizou sua prisão.
Durante a busca em seus celulares, foram encontradas dezenas de milhares de fotos, vídeos e registros de conversas sugerindo intimidade com vários monges, que poderiam ser usados para chantagem.
A maioria dos monges tailandeses segue a seita Theravada, que exige celibato absoluto e até a abstinência de contato físico com mulheres.
O primeiro-ministro interino, Phumtham Wechayachai, ordenou uma revisão das leis relativas aos monges e templos, principalmente quanto à transparência financeira, para recuperar a confiança na religião, segundo o porta-voz do governo, Jirayu Houngsub.
O Escritório Central de Investigação criou uma página no Facebook para denúncias contra monges com comportamento inadequado. Segundo Jaroonkiat, a investigação nacional resultará em mudanças significativas no clero tailandês.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login