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Escândalo do ICMS provoca disputa de vídeos entre Tarcísio e oposição

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O escândalo bilionário envolvendo o ICMS desencadeou uma intensa troca de vídeos nas redes sociais entre o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a oposição.

A Operação Ícaro, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelou um esquema bilionário relacionado a operações de crédito do ICMS, com participação de auditores fiscais do governo. Entre os seis presos na operação, estão o empresário Sidney Oliveira, proprietário da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop.

Nesta terça-feira (26/8), Tarcísio e Guilherme Boulos (PSol) divulgaram em suas redes sociais dois vídeos com mensagens incisivas e enfoques distintos. As publicações ocorreram em meio a especulações de que Tarcísio possa ser adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026, especialmente diante da inelegibilidade e das investigações criminais avançadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Estilo dos vídeos

Boulos adotou uma estética inspirada nos vídeos do deputado Nikolas Ferreira (PL), utilizando um fundo negro e roupas pretas para acusar que “o dinheiro público está sendo desviado por um grande esquema”. Ele detalhou o escândalo responsabilizando a atual gestão e questionou decretos recentes que ampliaram isenções fiscais e aceleraram concessões de créditos, sugerindo que tais medidas podem ter favorecido o esquema criminoso.

Além disso, citou uma carta apreendida pelo Ministério Público, na qual o auditor envolvido sugeria que empresários deveriam fazer acordos com o governo. “Que história é essa de acordo com o governo?”, questionou Boulos, que finalizou cobrando explicações do governador, destacando a ausência de posicionamento público até então.

Resposta do governo

Uma hora depois, Tarcísio publicou seu vídeo nas redes sociais, adotando um tom mais leve e com toques de humor. Ele declarou que “em São Paulo, não haverá espaço para impunidade” ao anunciar o afastamento de seis auditores fiscais suspeitos.

O governador informou que foram instaurados sete processos administrativos disciplinares, incluindo o do auditor considerado principal responsável pelos desvios, exonerado recentemente. Além disso, mencionou que o governo abriu 20 apurações preliminares sobre evolução patrimonial de servidores e afirmou que as empresas beneficiadas serão investigadas.

Tarcísio prometeu realizar uma auditoria para identificar com precisão o montante desviado e garantir a recuperação dos recursos públicos. Ele ressaltou que todos os envolvidos enfrentarão as consequências legais e administrativas dos atos cometidos.

Reações do Partido dos Trabalhadores

O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) publicou um vídeo no sábado (23/8) buscando associar o escândalo de corrupção, que envolve a Ultrafarma e um fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo, diretamente ao governador Tarcísio.

Anteriormente, o líder do PT na Alesp, Antonio Donato, divulgou um vídeo denunciando um esquema bilionário de corrupção sob a gestão de Tarcísio.

Detalhes do esquema

O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021 para manipular processos administrativos e antecipar créditos de ICMS-ST para empresas como Ultrafarma e Fast Shop.

A Smart Tax, empresa registrada em nome da mãe do auditor, Kimio Mizukami da Silva, apresentou um crescimento patrimonial explosivo, conforme denúncia do Ministério Público, passando de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões entre 2023 e 2025.

Os créditos fiscais concedidos a essas empresas foram comercializados a outras companhias, como Rede Nos, proprietária das lojas de conveniência Oxxo, e Kalunga. O MPSP investiga se essas empresas tinham conhecimento da origem irregular dos créditos adquiridos.

Os diretores das empresas mencionadas foram detidos em 12/8 e ficaram em prisão temporária até 15/8.

Recentemente, o governador Tarcísio de Freitas revogou um decreto de julho de 2023 que tinha simplificado o processo de ressarcimento do ICMS, medida que pode ter facilitado o esquema criminoso ao reduzir o número de servidores envolvidos nas operações fiscais.

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