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Escola abandonada

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Uma escola que já foi referência no Riacho Fundo I está fechada há dois anos com sinais de abandono. A Escola Classe 1 da cidade foi interditada pelo Ministério Público, em 2011, por oferecer riscos aos alunos e profissionais da educação. Outras 15 escolas no Distrito Federal podem chegar a mesma situação, por ser construída de amianto, um material que pode causar câncer, segundo o MP.

A escola construída para ser temporária, em 1991, já sobrevive há 23 anos. O GDF chegou a realizar algumas reformas paliativas, mas não adiantaram. “Como estava tudo deteriorando, eles pintaram e esconderam alguns fios, mas não funcionou pois a escola está ameaçada”, afirmou a diretora da instituição de ensino, Francismar Moreira. Para a diretora, falta vontade política para construir outra escola no local.

Um projeto está em elaboração pela Novacap, a pedido da Secretaria de Educação (SEDF), mas ainda não tem previsão de quando será lançado o edital de construção. O engenheiro da SEDF Luiz Berber afirma que o projeto arquitetônico da escola já foi feito, mas que ainda falta projetos complementares, como de água e luz. “São projetos que são contratados pela Novacap para uma empresa realizar”.

A promotora de justiça Márcia Pereira da Rocha, da Promotoria de Defesa da Educação (Proeduc) do MPDFT, lembra que nesse mês entrou com uma ação contra o governo, por causa uma escola em Samambaia nas mesmas condições. Segundo ela, a ação do MP é para tentar evitar uma tragédia, como explosão ou choque. “As condições na época de interdição eram as mais horríveis.” Após o fechamento e a transferências dos alunos, a promotora afirma que ‘o Estado se acomodou’ em levar as crianças para outra regional para ter aula e não resolve o problema.

Enquanto isso, desde o início de 2012, cerca de 800 alunos estão divididos entre o CAIC do Núcleo Bandeirante e na Escola Classe 2 do Riacho Fundo I. A diretora Francismar denuncia que os alunos que estudam em outra região estão perdendo 1h30 de aula todos os dias devido ao transporte escolar oferecido. “Os alunos não estão tendo as cinco horas de aulas garantidas por lei. O que tem uma grande defasagem pedagógica.”

PROJETO – A Secretaria de Educação acusa a Administração Regional do Riacho Fundo I pela demora do projeto finalizado. Segundo o engenheiro Luiz Berber, o projeto tem que ser avaliado pelas normas de aprovação de projetos da Administração. “Como teve que realizar várias correções, como áreas de recuo, determinados pela administração, houve demora”. De acordo com ele, a demanda leva tempo por ter adequações do projeto.

Pais e professores acusam o GDF de não ter compromisso com a escola. Um projeto foi feito para a escola, mas era maior que o espaço do terreno. “O projetou voltou para ser refeito pela Novacap e disseram que iriam iniciar as obras em junho de 2013, mas até agora nada”, pontuou o conselheiro tutelar da região, Cláudio Castro. “Enquanto não é feito nada, a escola virou um cemitério.”

A professora Francismar ainda conta que se a escola fosse reaberta abriria cerca de 400 vagas para comunidade do Riacho Fundo.

Transporte sem fiscalização

A diretora da Escola Classe 2, do Riacho Fundo I, Francismar Moreira, relata que os ônibus oferecidos pelo governo são sucateados, com falta de equipamentos de segurança, como o cinto, além de monitores mal preparados. “Os ônibus não atendem à necessidades dos alunos. É uma falsa segurança para as crianças.” Todos os dias saem sete ônibus para levar as crianças até o Bandeirante.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que irá apurar o caso e enviar uma equipe para realizar vistoria do transporte oferecido, e, caso necessário, tomar providências cabíveis.

Segundo a diretora, pais, alunos e professores estão programando um panelaço para o próximo dia 14, quando o governador Agnelo terá um compromisso na cidade. “Estamos cansados de promessas. O governo sempre dá datas vazias”, desabafou.

LONGE DE CASA – O Conselho Tutelar do Riacho Fundo I recebe diariamente reclamações de mães de alunos sobre mandar o filho estudar longe de casa. “Outro dia uma mãe foi até o Conselho para dizer que se recusa a mandar o filho para estudar no Núcleo Bandeirante”, detalhou o conselheiro Cláudio Castro.

O Conselho Tutelar da região registrou que cerca de cinco crianças não foram matrículadas por falta de vaga próximo de casa.

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