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Escolas dão biscoito e reduzem aulas durante greve de merendeiros no DF
Embora a Secretaria de Educação tenha orientado as instituições a servirem lanches que não precisem de manipulação, a Escola Classe 303, em São Sebastião, reduziu o horário das aulas por falta de refeições prontas. As aulas de 350 crianças com idade entre 7 e 10 anos, que terminam às 12h30, foram encerradas às 10h. Na Escola Classe Cerâmica Bênção, a direção serviu biscoito aos alunos.
De acordo com o vice-diretor da Escola Classe 303, Anderson Pereira Rosa, se a situação seguir sem solução até a tarde, as aulas do período também serão reduzidas. “Não é por falta de comida. Reduzi os horários de aula porque as merendeiras estão no movimento de paralisação, e não tem ninguém para preparar o lanche deles”, disse.
“Não recebi frutas, e mesmo que servisse biscoito, geralmente esse tipo de alimentação é servida com suco, e não tem como fazer isso para eles”, disse. “Ontem, como vieram menos alunos, a gente se virou, deu o lanche que tinha. Hoje não tem como fazer isso. Não posso delegar essa tarefa para outras pessoas, até porque tem a questão do manuseio da cozinha, higienização.”
A merendeira Patrícia Amorim Silva, que trabalha na Escola Classe Cerâmica Bênção, em São Sebastião, disse que a orientação do GDF de servir biscoitos aos alunos é uma ofensa à categoria. “Ontem, para completar nossa situação, o governador falou que as escolas não precisam de merendeira, quando disse para servir biscoito, para servir merenda que não precisa de manipulação”, disse.
“Fazemos suco, galinhada, farofa de ovo, arroz carreteiro. Além disso, os diretores de muitas escolas estão colocando o pessoal da limpeza para servir os lanches, mas eles mexem com limpeza, não podem entrar na cozinha.”
Dívidas
Segundo o Sindserviços, sindicato que representa as categorias, 655 recepcionistas hospitalares da empresa GVP não receberam o salário, o vale-transporte e o tíquete-refeição de janeiro. Já os 800 merendeiros que trabalham para a G e E Eventos cobram férias e vale-transporte. O salário médio dos terceirizados gira em torno de R$ 1,5 mil, segundo o sindicato.
O GDF informou que tem dívidas de R$ 16,8 milhões com três empresas que prestam serviço para a Secretaria de Educação, relativas ao período de agosto a dezembro de 2014, e que os pagamentos de 2015 estão em dia.
A gerente administrativa da GVP, Tânia Lara, disse que os recepcionistas que trabalham para a empresa estão com os salários atrasados porque o GDF não fez os repasses de novembro e dezemdo do ano passado. Sem o pagamento de aproximadamente R$ 6 milhões, a GVP afirma que não tem como pagar os trabalhadores.
“Fora o recebimento disso, o GDF tem 15 meses de atraso da repactuação coletiva de 2014. Só estamos com problemas nesse contrato. O governo anterior simplesmente largou para lá e o governo atual não quer nem ouvir falar, porque a dívida é do governo anterior”, disse. “Já consumimos nosso limite contratual com o banco. Temos que pagar ao banco o valor equivalente ao que o GDF nos deve, mas com juros, que o governo não vai nos pagar.”
A Secretaria de Saúde informou que a dívida com a GVP, referente a 2014, é de R$ 1,2 milhão. “Para quitar o débito, foi disponibilizado, pelo Fundo de Saúde do DF, crédito suplementar no valor citado, que está em análise na Secretaria de Planejamento e Gestão.” A pasta diz que não há pagamento em atraso em 2015.
No início da tarde desta segunda, o sindicato afirmou que se reuniu com procuradores do Ministério Público do Trabalho e solicitou que o órgão interceda contra as empresas terceirizadas, que não estão cumprindo acordo firmado no início do ano. A categoria também solicitou nova audiência pública com representantes do GDF e com as empresas inadimplentes.
De acordo com o Sindserviços, em janeiro a categoria deu fim a uma paralisação após conseguir acordo com o sindicato patronal de aumento de 7% e 9% nos salários. Eles afirmam que algumas empresas não estão cumprindo o acordo.
Fonte: G1
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