Conecte Conosco

Mundo

Espanha rejeita diminuir horas de trabalho semanal

Publicado

em

O Congresso dos Deputados da Espanha recusou nesta quarta-feira (10) a proposta do Governo de esquerda para reduzir a jornada semanal de trabalho, representando mais um obstáculo para o presidente Pedro Sánchez, do Partido Socialista, que não tem maioria no Parlamento.

A iniciativa pretendia reduzir a jornada legal de 40 para 37,5 horas, mas foi rejeitada com 178 votos contrários contra 170 favoráveis.

Em maio, o Conselho de Ministros já tinha aprovado essa lei, que era uma das reformas principais defendidas pelo líder socialista e sua equipe.

Apresentada pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, da plataforma de extrema esquerda Sumar — aliada dos socialistas no governo —, a proposta contou com o apoio dos maiores sindicatos de trabalhadores, UGT e CCOO. No entanto, os empregadores se opuseram fortemente à mudança.

Segundo o governo, a medida beneficiaria mais de 12 milhões de trabalhadores da iniciativa privada, em especial nos setores de comércio, bares, restaurantes e agricultura. As 37,5 horas já são aplicadas no setor público e em várias grandes empresas.

O fracasso dessa proposta revela a delicada situação do presidente Pedro Sánchez, que depende do apoio de diferentes grupos regionais para aprovar leis, inclusive dos partidos separatistas catalães do Junts per Catalunya.

Estes, considerados próximos ao setor empresarial, votaram contra, junto com os partidos de direita e extrema direita.

Em discurso no Congresso, a ministra Yolanda Díaz afirmou que o governo continuará a defender a proposta e pedirá aos deputados do Junts que revisem sua decisão, para atender aos 12,5 milhões de trabalhadores que poderiam ser beneficiados.

Yolanda Díaz reconheceu que “sim, provavelmente perderemos a votação”, mas destacou que “a redução da jornada e o aumento dos salários já são uma vitória nas ruas. O país inteiro deseja avançar com essa medida”.

Em meados de julho, o governo já havia sofrido outra derrota, ao não conseguir aprovar um conjunto de ações para evitar blecautes no fornecimento de energia, após um apagão no final de abril.

Este fracasso ocorre no mesmo dia em que a esposa de Pedro Sánchez, Begoña Gómez, teve que depor novamente em processo judicial relacionado a supostos desvios de recursos públicos.

Esse caso é um entre vários em que pessoas próximas ao líder socialista estão envolvidas, incluindo seu irmão mais novo, um ex-alto dirigente do Partido Socialista, um ex-ministro aliado e o procurador-geral do Estado, indicado pelo governo.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados